Marielle: delegado preso é coordenador do curso de direito da Estácio

Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, foi preso neste domingo (24/3) por suspeita de atrapalhar as investigações no assassinato da vereadora Marielle Franco. O delegado, que assumiu a Polícia Civil um dia antes do crime, em 2018, é professor e coordenador adjunto do curso de direto da Estácio.

Nas redes sociais, Rivaldo Barbosa costuma compartilhar formaturas e trabalhos de seus alunos na universidade. Ele é professor da Estácio desde 2003 e assumiu como coordenador adjunto em julho de 2022, de acordo com informações postadas em sua página no Linkedin.


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Além de Rivaldo, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, e Chiquinho Brazão, deputado federal, também foram presos. Os irmãos são suspeitos de serem os mandantes do crime.

A coluna Fábia Oliveira procurou a assessoria de imprensa da Estácio que até o fechamento desta nota ainda não havia se pronunciado sobre o assunto.

Freixo sobre delegado: “Foi para Rivaldo que liguei quando soube de Marielle”

O presidente da Embratur, Marcelo Freixo (PT), demonstrou perplexidade com o suposto envolvimento do ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa no assassinato de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

Nas redes sociais, Freixo fez um desabafo e revelou que Rivaldo foi a primeira pessoa que ele ligou quando soube do crime.

“Foi para Rivaldo Barbosa que liguei quando soube do assassinato da Marielle e do Anderson e me dirigia ao local do crime. Ele era chefe da Polícia Civil e recebeu as famílias no dia seguinte junto comigo. Agora Rivaldo está preso por ter atuado para proteger os mandantes do crime, impedindo que as investigações avançassem. Isso diz muito sobre o Rio de Janeiro”, disse Freixo no X, antigo Twitter.

Delegado preso foi acusado por miliciano de acobertar crime

Em novembro de 2018, seis meses após a morte de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o ex-policial e miliciano Orlando de Curicica afirmou à Procuradoria-Geral da República (PGR) que a Polícia Civil, então chefiada por Rivaldo Barbosa, não tinha interesse em solucionar o caso. Curicica ainda chegou a reforçar o depoimento em entrevista ao jornal O Globo na época.

“Existe um batalhão de assassinos agindo por dinheiro, a maioria oriunda da contravenção. A DH [Delegacia de Homicídios] e o chefe de Polícia, Rivaldo Barbosa, sabem quem são, mas recebem dinheiro de contraventores para não tocar ou direcionar as investigações”, disse ele.

Na ocasião, Rivaldo Barbosa negou qualquer irregularidade e rebateu as acusações.

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