Ser (SEER3) salta mais de 15% e é destaque pós-balanço, mas há um ponto de atenção

Em um dia em que vários balanços contaram com reação negativa, a Ser Educacional (SEER3) se destaca na ponta positiva entre as companhias que divulgaram o seus números do quarto trimestre de 2023. A empresa de educação contou com dados fortes, como o esperado por analistas do setor. O resultado apresentou reversão do prejuízo e lucro de R$ 18 milhões, além de diminuição nas taxas de evasão. Além disso, os números demonstraram, para analistas, tendências de recuperação.

Os papéis da companhia registram alta de 16,23% às 13h15 (horário de Brasília) da sessão desta terça-feira, 26, cotados a R$ 7,16. Em doze meses, os papéis sobem mais de 120%, ainda que em 2024 apresentem queda de 11,83%.

O Morgan Stanley considerou que a melhora sólida já era esperada. A análise destacou que a queda das margens em 550 pontos-base no 4º trimestre de 2022 foi recuperada no processo de reestruturação que a empresa adotou. Dessa forma, o balanço sugeriu recuperação mais rápida de margens para os próximos trimestres.

Porém, mesmo entendendo que a melhora do cenário macroeconômico pode melhorar as taxas de matrículas, o Morgan destaca que a tendência de expansão das margens não deve ser mantida nos próximos anos. A visão é baseada na ausência de impulsionadores de crescimento para o setor, como forte presença em cursos de Medicina. O Morgan destaca que é possível que o nome não obtenha benefícios relevantes da alavancagem operacional como outros nomes do setor. A classificação do nome, para o banco, é assim underweight (exposição abaixo da média, similar à venda), com preço alvo em R$ 6,50.

O patamar de alavancagem visto como “desconfortável” é um dos pontos centrais da análise do Research da XP. Para a corretora, os resultados se apresentam como positivos, com manutenção de tendências favoráveis. Mas, ainda assim, a alavancagem é vista como consumindo o lucro e figura em um patamar de 3,7 vezes a relação entre dívida líquida e lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês).

“Mantemos uma visão positiva em relação a todo o setor e esperamos que a SEER continue apresentando melhorias de margem com algum crescimento de receita no futuro, mas vemos a alavancagem como um ponto de atenção”, considera a XP.

Já o Itaú BBA entende que a Ser Educacional registrou uma receita líquida em conformidade com as estimativas no quarto trimestre, com um aumento de 9% em relação ao ano anterior, principalmente devido à captação positiva no segundo semestre. O destaque, para o banco, foi a rentabilidade, com a margem Ebitda ajustada superando as projeções em 3 pontos percentuais e ficando 5,4 pontos percentuais acima do quarto trimestre de 2022. O resultado foi reflexo de uma forte redução de custos com pessoal e despesas relacionadas a serviços, publicidade e materiais. O BBA mantém uma recomendação neutra para as ações da SEER3 (desempenho em linha com a média do mercado) e estabelece um preço alvo de R$ 8,50 para o final de 2024.

Visão da teleconferência

Na teleconferência para comentários do resultado, Jânyo Diniz, CEO da Ser Educacional, destacou como objetivos para 2024 a redução do endividamento financeiro (um dos principais pontos de atenção para analistas) e a execução do plano de alavancagem operacional. No quarto trimestre de 2023, na modalidade ajustada houve a redução da dívida sobre Ebitda para 2,17 vezes, ante as 2,68 vezes observadas no mesmo período de 2022.

O executivo ressaltou, ainda, que a companhia terá maior foco em oferta de cursos de maior ticket médio. Nesse momento, estão previstas também mais iniciativas em cursos que ofereçam maior margem operacional.

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