A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirma que o resultado do partido nas urnas em Santa Catarina nas eleições de 2022 “não foi pouca coisa”. Após chegar ao segundo turno com Décio Lima, que desbancou o então governador Carlos Moisés na corrida eleitoral, a sigla pretende aproveitar esse embalo.
Em entrevista ao ND Notícias (veja mais abaixo) nesta sexta-feira (26), a petista ainda comentou sobre o investimento federal em estradas e alfinetou o Banco Central ao analisar a autonomia da direção da instituição.

Presidente do PT, Gleisi Hoffmann, cumpre agenda em Santa Catarina nesta sexta (26) e sábado (27) – Foto: LEO MUNHOZ/ ND
Investimento do PT em rodovias
Gleisi enalteceu a verba de R$ 760 milhões destinada pelo governo Lula a rodovias federais com trechos catarinenses.
A BR-470 deve receber R$ 279 milhões em 2023, a BR 280 tem previsão de R$ 224 milhões, e a BR 163 cerca de R$ 145 milhões de investimentos anunciados. Segundo Hoffman, a verba para a infraestrutura supera a destinada para a área pelo governo anterior.
“Na PEC da transição, o DNIT vai ter R$ 23 bilhões para investir. Isso significa mais do que foi investido nos últimos 4 anos”, afirmou. E sobre a BR-470, Hoffman disse que o “DNIT deve estar licitando ou usando contratos que já tinha pra começar a fazer as obras e os reparos”.
Eleições 2024 à vista
Gleisi Hoffmann cumpre agenda nesta sexta (26) e sábado (27) em Santa Catarina, quando deve discutir estratégias para as eleições municipais em 2024. A presidente do PT disse estar otimista diante do desempenho do partido nas últimas eleições no Estado.
“Mostra que o PT tem condições de se articular. E o presidente Lula fez aqui 31% dos votos, que não é pouca coisa em um Estado que tem muita força da extrema direita”.
Segundo Gleisi, o partido pretende definir os candidatos para as eleições municipais ainda e 2023 e expandir o número de diretórios petistas para outras 80 cidades catarinenses.
Marco temporal é tema “delicado” em SC, afirma petista
Sobre a revisão do marco temporal — que regulamenta a demarcação de terras indígenas no STF (Supremo Tribunal Federal), a presidente do PT reconheceu que a situação em Santa Catarina é “delicada”, mas afirmou que o assunto precisa ser debatido.
“É indenizando? É ver outras terras que possam ser demarcadas? Eu acho que é o diálogo que pode construir isso. Não uma coisa arbitrária de dizer que ‘encerra aqui o seu direito’.”
Gleisi Hoffman alfineta o Banco Central
Durante a entrevista no ND Notícias, a petista reclamou da taxa de juros básica em 13,75% mantida pelo Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, que julga ser injustificada. Em seguida, ela alfinetou a autarquia.
“Eu votei contra a autonomia do Banco Central. É uma autarquia, o banco do tesouro. Então vamos fazer uma eleição para presidente do Banco Central e ele indica o presidente da República.”
Sobre saneamento básico, Gleisi afirma que o PT votou contra o Marco Legal que privatiza o serviço de saneamento por não acreditar que o direito chegaria nas comunidades mais carentes.
“Não chegaria a essas pessoas que precisam de água e esgoto. Porque obviamente que, num investimento privado, uma empresa privada vai privilegiar o retorno. É da natureza de uma iniciativa privada.”