Livraria Cultura, na Avenida Paulista, fecha as portas mais uma vez após decisão judicial

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Segundo o STJ, livraria acumula dívidas de aluguel que ultrapassam o valor de R$ 15 milhões. A empresa informou que a venda de produtos foi suspensa e está procurando um novo endereço. Livraria Cultura do Conjunto Nacional reaberta ao público nesta quinta (6)
Renata Bitar/g1
A icônica loja da Livraria Cultura, localizada no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, no Centro de São Paulo, fechou as portas mais uma vez. A unidade acumula dívidas de aluguel que ultrapassam o valor de R$ 15 milhões desde 2020.
Em fevereiro, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o pedido da Livraria Cultura, que está em recuperação judicial, para suspender a ordem de despejo da loja da Avenida Paulista. Ao g1, a empresa informou que apenas o teatro e o restaurante estão funcionando, e a venda dos produtos foi suspensa.
“Infelizmente, apesar de nossos esforços mútuos, não conseguimos chegar a uma solução viável para ambas as partes. O cenário atual do mercado, especialmente acentuado pelas mudanças no comportamento do consumidor, consolidadas durante a pandemia, tornou a manutenção de uma livraria de grande porte como a nossa neste local desafiadora. Como resultado, e com vistas à sustentabilidade de nossas operações, foi inevitável tomar a difícil decisão de procurar um novo espaço que se adapte melhor às demandas e realidades atuais do mercado editorial e varejista”, afirmou, em nota.
Na decisão, o ministro Raul Araújo, do STJ, explicou que a ordem de despejo não tem relação com o processo de falência da empresa, por isso não há justificativa para suspender o seu andamento. “Nessa linha, o juízo da recuperação judicial não deve permitir proteção desmedida à empresa, impondo o ônus da reestruturação exclusivamente aos credores que há muito aguardam a satisfação de seus créditos”, pontuou.
Em junho de 2023, o magistrado chegou a conceder uma liminar para suspender a falência da Cultura, o que possibilitou a reabertura do espaço para a venda de livros.
Na época, o ministro também determinou a retomada das obrigações do plano de recuperação judicial da empresa, que foi aprovado pela assembleia geral de credores e homologado pela Justiça em 2018.

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