Bilionários 2024: a mulher mais rica do mundo pelo 4º ano consecutivo

Ilustração: Kevin McGivern

Françoise Bettencourt Meyers, a mulher mais rica do mundo, é vice-presidente da L’Óreal e faz parte do conselho da gigante de beleza desde 1997

Pelo quarto ano consecutivo, a herdeira da L’Oréal Françoise Bettencourt Meyers garantiu o lugar de mulher mais rica do mundo.

A maior parte da sua fortuna, estimada pela Forbes em US$ 99,5 bilhões (R$ 502,1 bilhões), reside na sua participação de quase 35% na gigante de beleza francesa L’Oréal, junto do marido e dos dois filhos.

Bettencourt Meyers, 70 anos, é vice-presidente da empresa e faz parte do conselho da L’Oréal desde 1997. Ela está US$ 19 bilhões (R$ 95 bilhões) mais rica este ano, depois que o preço das ações da L’Oréal subiu 20%.

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A herdeira está logo abaixo dos 14 membros do clube dos US$ 100 bilhões (R$ 504 bilhões) – apenas a US$ 500 milhões (R$ 2,5 bilhões) de se juntar ao grupo liderado por Bernard Arnault, Elon Musk e Jeff Bezos.

Neta do fundador da L’Oréal, Eugène Schueller – o parisiense por trás da invenção da tinta de cabelo segura – Bettencourt Meyers apareceu na lista da Forbes US pela primeira vez em 2018, então com uma fortuna estimada em US$ 42,2 bilhões (R$ 212 bilhões) após a morte da sua mãe, Liliane Bettencourt, em 2017. Desde a sua estreia no ranking, o preço das ações da empresa disparou 150% e a sua fortuna mais do que duplicou.

A L’Oréal é uma das maiores empresas de cosméticos e beleza do mundo, com receita de US$ 44 bilhões (R$ 222 bilhões), ou 41 bilhões de euros, em 2023. A companhia é dona de três dezenas de marcas famosas, incluindo Maybelline, Kiehl’s e Lancôme.

A empresa de 115 anos permanece atualizada por meio de aquisições e publicidades modernas. No ano passado, concluiu a compra da marca de beleza australiana Aesop, num negócio que avaliou a marca em US$ 2,5 bilhões (US$ 12,6 bilhões) – aumentando a sua categoria de beleza de luxo, que inclui marcas como Yves Saint Laurent e Armani Beauty. Kendall Jenner também foi nomeada o rosto global da marca em julho, se juntando a uma lista de embaixadores repleta de estrelas, como Viola Davis e Kate Winslet.

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Escândalo envolvendo as herdeiras da L’Óreal

Apesar de reinar à frente do império da beleza, Bettencourt Meyers evita os holofotes. Ela foi descrita como mais discreta e acadêmica do que socialite. Dizem que a bilionária toca piano por várias horas no dia e é autora de dois livros, um com comentários sobre a Bíblia e outro sobre deuses gregos. Ainda assim, a ascensão de Bettencourt Meyers ao ranking dos mais ricos do mundo não aconteceu silenciosamente.

Ela ganhou as manchetes em 2007, quando apresentou uma queixa criminal contra François-Marie Banier, um amigo de longa data da família e fotógrafo de celebridades. Ela alegou que ele manipulou sua mãe doente para lhe dar mais de US$ 1 bilhão (R$ 5 bilhões) em arte, dinheiro, imóveis e outros presentes. O julgamento terminou com um veredicto de culpado e uma pena de prisão de três anos. Na apelação, Banier recebeu pena suspensa de quatro anos e foi condenado a pagar uma multa de cerca de US$ 420 mil (R$ 2,1 milhões).

O escândalo criou uma rixa pública entre mãe e filha, herdeiras da L’Oréal. Em 2011, Bettencourt Meyers foi nomeada por um tribunal como guardiã legal de sua mãe, que havia sido diagnosticada com Alzheimer e falecida em 2017, aos 94 anos.

Desde que entrou na lista de bilionários da Forbes, Bettencourt Meyers continuou a expandir sua fortuna. Ela preside a holding familiar Téthys Invest, por meio da qual apoiou vários projetos, incluindo a operadora hospitalar francesa Elsan.

Residente em Paris, também é presidente da Fundação Bettencourt Schueller, da sua família, que incentiva o progresso francês nas ciências e nas artes, dando dinheiro e prêmios a projetos relacionados com o progresso social.