Óculos com tecnologia avançada em reconhecimento visual ajudam alunos cegos na rede pública de Porto Alegre

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Câmera acoplada nos óculos escaneia qualquer tipo de texto e faz audiodescrições. Com eles, deficientes visuais têm autonomia também fora da sala de aula. Tecnologia ajuda alunos cegos na rede pública de Porto Alegre
Uma das tecnologias mais avançadas em reconhecimento visual está ajudando professores e alunos cegos de escolas públicas do Rio Grande do Sul.
Basta um leve toque e um novo mundo se abre. Os óculos inteligentes têm uma câmera acoplada, que escaneia qualquer tipo de texto e faz a audiodescrição.
“Ah, eu tô amando, né? Jesus, eu tô tentando acreditar, não sei se é real isso, se eu estou sonhando, se eu tô acordada”, diz a estudante Gabrielle Rosa.
Alunos como a Gabrielle agora vão poder ler os mesmos livros que os colegas em sala de aula, e ao mesmo tempo, sem depender de outra pessoa. Hoje, boa parte do material precisa ser adaptado.
‘Um mapa tem que ser adaptado, um livro se o professor vai trabalhar. Eu estou com uma aluna, a Érica, que vai ler o livro “Menina Bonita no Laço de Fita” . A professora trabalhou esse livro na sala, então já fiz esse livro em braile, como ela está se alfabetizando, tenho que fazer as letras espaçadas, fiz texturas… Então é um trabalho bem demorado”, diz a professora Bartira Barbosa.
O Cristofer tem baixa visão e depende desses materiais adaptados. Com os óculos, vem a conquista de muitas histórias que ele já não consegue ler.
“É bem bom, vai servir bastante. Nas outras aulas vou ficar bem pertinho do quadro. Quero ler mangá e outras coisas”, diz o estudante.
Essa tecnologia vai atender estudantes e professores da rede municipal em Porto Alegre e já é adotada em escolas de outros seis estados. O equipamento garante autonomia dentro e também fora da sala de aula.
Os óculos conseguem ler tudo que estiver escrito externamente, em placas, indicações. E ajuda até na hora das compras, identificando mais de 100 produtos que já estão cadastrados nele previamente.
Os óculos reconhecem também cédulas de dinheiro. E fazem leitura de rostos, armazenando o nome de até 150 pessoas.
“Todos os nossos estudantes vão ter uma conquista de maior autonomia, é tu dar mais possibilidades, é mais uma tecnologia que vem pra trabalhar a individualidade, a autonomia, tu podes ler na sala de aula, com fones, junto dos outros colegas”, diz a coordenadora da educação especial na SMED, Josiara Alves de Souza.
Autonomia que demorou para chegar na vida do Anderson Pereira, que também é cego. Ele testou os óculos que o filho Cristofer vai usar.
“Para mim é bastante interessante e gratificante, né, por saber que para ele vai ter essa oportunidade, né, de interagir melhor do que foi para mim, quando comecei no braile lá com 9 anos de idade”, celebra o autônomo.
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