Nordeste dá a largada para festas juninas; em São Luís, grupos de bumba meu boi celebram tradição ao som dos poetas anônimos

O bumba meu boi é feito por uma gente apaixonada pela tradição. É feito de personagens, da diversidade de sotaques e ritmos, de toadas, que embalam os quase 400 grupos do Maranhão. Bumba-meu-boi dá a largada nas festas juninas do Nordeste
O Nordeste dá a largada para as festas juninas. Em São Luís, os grupos de bumba meu boi celebram a tradição ao som dos poetas anônimos.
O bumba meu boi é feito por uma gente apaixonada por essa tradição. É feito de personagens, da diversidade de sotaques e ritmos, de toadas…como são chamadas as músicas que embalam os quase 400 grupos de bumba meu boi do Maranhão.
“É tanta energia,… A letra, a composição, a poesia, quem fez, o cantador”, afirma a cantora e atriz Regina Oliveira.
Para os amos cantadores, a toada é a alma do boi. É uma declaração de amor para o batalhão.
“A toada é poesia. É o que faz essa, esse povo delirar, se fantasiar de São João, e brincar nosso bumba-meu-boi”, diz o amo cantador e compositor Marcos da Maioba
E essa poesia cabocla, geralmente, é composta com a alma de pessoas do povo, sem muitos estudos, mas, que são mestres na arte de criar versos poéticos. São os amos cantadores.
“Comandar o batalhão, né? Organizar quem chega, formar na hora do guarnicê”, diz Luiz Tsunami, cantador do Iguaíba.
“As toadas são um dom que a gente tem, de cantar o boi. Quantas vezes eu já não acordei com a toada prontinha na cabeça…”, afirma Zé Olhinho, mestre da cultura popular.
Durante a apresentação, que dura em média uma hora, são cantadas até 15 toadas.
“A primeira toada é o guarnicê. Logo em seguida, o maracá.”, explica Marcos da Maioba.
Na sensibilidade poética dos amos cantadores, tudo pode ser inspiração: o amor que chega trazendo contentamento, o amor que parte e deixa saudade, as raízes culturais. A terra da gente é inspiração.
“Quando a toada é contagiante, a gente entra em transe, a gente sente essa força”, diz o professor e artesão João Vitor.
E quando é boa, se eterniza no imaginário popular.
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