Virada Cultural: mesmo com sensação de tranquilidade, noite de shows tem furtos no Centro e vítima culpabilizada pela PM

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‘Se estivesse preocupado com documento, teria se preocupado antes de se embriagar’, disse policial a homem de 65 anos que teve carteira roubada após levar rasteira. Polícia Militar informou que reforçou policiamento com 1,4 mil agentes. Houve revista com detector de metais no Centro. Mesmo com policiamento reforçado, Virada Cultural 2023 registra furtos e roubo
Gustavo Honório/g1
O Vale do Anhangabaú, no Centro de São Paulo, recebeu a única arena com 24h de atrações musicais na Virada Cultural 2023, que teve início às 17h de sábado (27) e segue até o final da tarde deste domingo (28).
Para o evento, que acontece em todas as regiões da capital, a Polícia Militar informou que reforçou o policiamento com cerca de 1,4 mil policiais.
Além disso, para acessar a arena de shows na região central, o público precisou enfrentar uma fila formada por gradis e passar por seguranças com detector de metais. (leia mais abaixo)
Questionados diversas vezes pelo g1, agentes da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana (GCM) que faziam a segurança do evento e do entorno disseram não ter testemunhado furtos, roubos ou brigas.
Vendedores ambulantes e seguranças terceirizados que trabalharam em edições anteriores do evento contaram que o clima parecia, de fato, estar “mais tranquilo” neste ano.
Virada 2022 foi marcada por arrastões, agressões e furtos
Apesar do esquema de segurança diferenciado, celulares foram furtados e ao menos uma pessoa foi roubada. O g1 testemunhou dois casos, e a TV Globo um terceiro:
PM culpabilizou vítima de roubo
Na madruga deste domingo (28), na entrada da estação São Bento do Metrô, um senhor de 65 anos levou uma rasteira de um assaltante e teve a carteira roubada. Ele lesionou o braço com a queda. O autor do roubo saiu andando rapidamente do local sob gritos de “pega ladrão”.
Na porta da estação, havia seguranças da companhia e uma base móvel da Polícia Militar, mas nada foi feito.
Dois homens que acompanhavam a vítima ainda tentaram perseguir o suspeito, que atravessou a Avenida Prestes Maia e logo desapareceu do campo de visão da reportagem.
Preocupado com os documentos roubados, Gilberto Guimarães foi reclamar com os policiais, mas ouviu de um agente: “Se estivesse preocupado com documento, teria se preocupado antes de se embriagar”.
Homem de 65 anos foi roubado e culpabilizado pela PM
Gustavo Honório/g1
O g1 questionou a Secretaria da Segurança Pública (SSP) sobre o fato de o policial ter culpabilizado a vítima, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Casal teve celular furtado dentro do evento
Após as apresentações musicais de Gloria Groove e BaianaSystem, uma multidão de pessoas deixou a Arena Anhangabaú pela saída principal do evento, que fica no sentido da Praça Pedro Lessa.
O g1 acompanhou o momento em que um casal solicitou apoio da GCM logo após ser vítima de furto. O rapaz, que preferiu não se identificar, disse que tudo aconteceu quando ele e a companheira estavam aglomerados antes da catraca de saída.
“No empurra-empurra, nem percebi. Enfiaram a mão no meu bolso. Nem consegui ver quem foi”, desabafou. Depois da denúncia, um grupo de guardas acompanhou os dois na tentativa de identificar o autor do crime. Depois de alguns minutos, desistiram.
Casal informou ocorrência de furto na Virada Cultural 2023 para agentes da GCM
Gustavo Honório/g1
Furto no Viaduto Chá, mas PM diz que não viu
O terceiro caso foi de um furto no Viaduto do Chá testemunhado pela TV Globo. Apesar de o crime ter acontecido no local, ao menos três agentes de duas bases diferentes disseram ao g1 que não viram e que não ficaram sabendo da ocorrência.
Base móvel da PM no Viaduto do Chá, no Centro de SP
Gustavo Honório/g1
Base móvel da PM no Viaduto do Chá, no Centro de SP
Gustavo Honório/g1
Esquema de segurança no evento
Além do reforço da Polícia Militar, a Prefeitura de São Paulo informou que 720 GCMs foram destacados para atuação exclusiva na Virada Cultural e que 2,2 mil profissionais de segurança privada foram contratados para dar apoio às autoridades.
Detector de metais
Para aproveitar os shows no Anhangabaú, o público precisou ser revistado pelos seguranças, que estavam com um aparelho detector de metais. Se encontrados, objetos perfurocortantes, vidros e latas eram descartados. Um dos funcionários disse que, das 17h às 20h, havia flagrado apenas uma pessoa tentando acessar o espaço com um estilete.
Detectores de metal na entrada da Arena Anhangabaú, na Virada Cultural 2023
PMs em andaimes e à paisana
Público na Arena Anhangabaú, durante a Virada Cultural 2023
TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO
Em alguns pontos da Arena Anhangabaú, havia policiais militares posicionados em andaimes de 3,5 metros de altura, aproximadamente, a fim de ter uma visão privilegiada do local.
O esquema de segurança também contou com policiais à paisana espalhados em meio ao público.
O g1 solicitou à SSP dados sobre ocorrências durante a Virada Cultura, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Diversidade de ritmos
Gloria Groove na Virada Cultural em SP
MINETO/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
A Virada Cultural 2023 de São Paulo teve início levando uma diversidade de ritmos musicais aos 12 palcos espalhados pela capital.
Nomes como Liniker, Michel Teló, Simonal, Serjão Loroza, Sandra de Sá, Baco Exu do Blues, Kiko Zambianchi, Salgadinho, Carlinhos Brown, Diego Nogueira e MC Livinho deram início à programação, às 17h.
No Vale do Anhangabaú, Gloria Groove arrastou uma multidão com o show de abertura. A cantora Pepita e o apresentador Manoel Soares ficaram responsáveis pelo discurso inicial, no qual falaram sobre pertencimento, o tema desta virada. Em seguida, Groove cantou o sucesso “A Queda”.
No Campo Limpo, Zona Sul da capital, o cantor sertanejo Michel Teló foi a primeira atração envolver o público.
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