De volta à Presidência, Lula fez menos pronunciamentos na TV que Bolsonaro no 1º semestre

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez menos pronunciamentos em rede nacional de rádio e televisão no primeiro semestre de seu mandato que Jair Bolsonaro (PL). De janeiro a maio deste ano, o atual chefe do Executivo brasileiro foi à TV em apenas uma ocasião, enquanto Bolsonaro, no mesmo período, fez três declarações ao país.

Ao todo, foram três convocações durante o governo do ex-presidente e do atual. A diferença, no entanto, está em quem ficou com o protagonismo do pronunciamento. No caso de Lula, duas ministras também se pronunciaram no respectivo período.

Veja o gráfico:

Os pronunciamentos em rede nacional de rádio e televisão são utilizados pelos chefes dos três Poderes da República e, eventualmente, para transmissão de comunicados de ministros de Estado em temas de relevância e interesse nacionais.
Normalmente, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) disponibiliza para todas as emissoras públicas e comerciais de rádio e televisão o sinal de satélite para a formação de rede e transmissão dos conteúdos. As gravações e produções são feitas previamente.

Discurso apaziguador

Com discursos mais indiretos e com tom ameno, os pronunciamentos do governo do presidente Lula focaram em momentos específicos e trouxeram comparações com o anterior.  O primeiro, feito na véspera do Dia Internacional da Mulher, 8 de março, trouxe a ministra Cida Gonçalves exaltando a quantidade de mulheres na alto escalão do Executivo.
“Pela primeira vez, em mais de 200 anos de história, uma mulher comanda o Banco do Brasil. A Caixa Econômica Federal também é presidida por uma mulher. E as mulheres chefiam nada menos do que 11 ministérios em Brasília”, declarou Gonçalves. Ela também usou o espaço para anunciar que governo enviaria um projeto de lei para igualar os salários de homens e mulheres que ocupavam a mesma função.

No quarto mês de governo, Lula apareceu pela primeira vez em um pronunciamento à nação, no Dia do Trabalho, 1º de maio. O petista relembrou acontecimentos de seus dois primeiros mandatos e também apontou supostas falhas de Bolsonaro à frente da máquina pública.

“Vocês se lembram das conquistas que tiveram quando governamos o Brasil. Geração recorde de empregos. Salário mínimo crescendo acima da inflação. Direitos trabalhistas garantidos. Tudo piorou nos últimos anos. O emprego sumiu. Os salários perderam poder de compra. A inflação subiu. Os juros dispararam. Direitos conquistados ao longo de décadas foram destruídos de um dia para o outro”, mencionou Lula.

Em 3 minutos e 53 segundos, Lula ainda falou sobre da valorização do salário mínimo e da ampliação da isenção do Imposto de Renda.

“Recompor as conquistas perdidas pelos trabalhadores e trabalhadoras é prioridade do nosso governo.  “A começar pela valorização do salário mínimo, que há seis anos não tinha aumento real, e vinha perdendo poder de compra dia após dia. Mas já estamos começando a reverter essa perda”, disse.

Em tempo, quando anunciado o fim da pandemia da Covid-19, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, falou aos brasileiros sobre o fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (Espii).

Trindade passou uma mensagem de tranquilização, mas alertando sobre o contínuo cuidado com a doença que matou mais de 700 mil pessoas. “Depois de termos passado por um período tão doloroso, nosso país recebe essa notícia com esperança. Ainda vamos conviver com a Covid-19, que continua evoluindo e sofrendo mutações”, ressaltou.

Bolsonaro focou em divulgação de ações

No primeiro pronunciamento em rede nacional de Bolsonaro, na ocasião, ele usou o espaço para dizer que planejava “mudar o rumo do país”, anunciando que havia enviado ao Congresso Nacional o Pacote Anticrime – que não passou pelo parlamento – e a Reforma da Previdência. A fala durou 3 minutos e 36 segundos.
No dia 20 de fevereiro de 2019, ele foi pessoalmente à Câmara dos Deputados para entregar os projetos nas mãos do presidente da Casa, à época, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

“Encaminhamos ao Congresso Nacional um pacote anticrime e iniciamos o processo de uma nova previdência. É essencial equilibrarmos as contas do país para que o sistema não quebre como já aconteceu com outros países e alguns estados brasileiros”, disse Bolsonaro na fala do primeiro pronunciamento.

Cerca de dois meses depois, Bolsonaro voltou a falar em horário nobre, dessa vez, para celebrar a aprovação da reforma na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Ele agradeceu a dedicação dos integrantes da comissão e de Rodrigo Maia.

“O governo continua a contar, com o espírito patriótico dos parlamentares para aprovação da nova previdência. Nessa segunda etapa e também posteriormente no plenário da Câmara dos Deputados. É muito importante lembrar que se nada for feito, o país não terá recursos para garantir uma aposentadoria para os brasileiros”, desejou o ex-mandatário.

No Dia do Trabalho, dia 1º de maio de 2019, Bolsonaro voltou a enaltecer medidas do Ministério da Economia. Um dia antes, foi aprovada a Medida Provisória que tratava da Declaração dos Direitos de Liberadade Econômica, que celebrava uma pauta que Bolsonaro pregava desde a campanha: o livre mercado.

Ele também falou sobre as dificiuldades de início de governo, sobretudo para aprovar projetos econômicos. “O caminho é longo. Sei que unidos ultrapassaremos essas dificuldades iniciais, que são naturais nas transições de governo, especialmente se as concepções políticas forem antagônicas”, ressaltou.

 

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