
Declaração foi dada nesta segunda-feira (28) após uma reunião entre os dois presidentes. Maduro não visitava o Brasil desde 2015, quando esteve na posse do segundo mandato de Dilma Rousseff. O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, recebe o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, no Palácio do Planalto, em Brasília, nesta segunda- feira, 29 de maio de 2023.
CLÁUDIO REIS/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO
O presidente Lula afirmou que quer reativar o Linhão de Guri para retomar o abastecimento energético de Roraima com a Venezuela. A declaração foi dada na manhã desta segunda-feira (29), após uma reunião com o presidente do país vizinho, Nicolás Maduro, no Palácio do Planalto.
“Nós queremos recuperar a nossa relação energética com a Venezuela. Aquele Linhão de Guri tem que ser colocado em funcionamento porque não justifica Roraima ser o único estado fora da matriz energética brasileira funcionando na base da termelétrica”.
Roraima é o único estado do país que não é ligado ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e, durante anos, dependeu da energia fornecida pela Venezuela. No entanto, o país parou de enviar energia ao estado em março de 2019 e, desde então, o trabalho é feito por quatro termelétricas da Roraima Energia.
Lula se reuniu com o presidente da Venezuela nesta segunda e, após o encontro, ambos fizeram um pronunciamento oficial. O presidente do Brasil afirmou que o ministro de Minas e Energia ainda deve conversar o ministro da Energia da Venezuela.
Em seu discurso, Maduro disse que o país está preparado para “reconstruir a cooperação elétrica com Roraima, Boa Vista e toda população fronteiriça”. Maduro não visitava o Brasil desde 2015, quando esteve na posse do segundo mandato de Dilma Rousseff.
“Temos uma oferta de 120 megawatts já pronta que habilita já a partir de um investimento básico de de $4 ou 5$ para que se possa reconstruir as linhas de transmissão. Se alcançarmos isso com eficiência, se isso acontecer, podemos estar prontíssimos para voltar a conectar Guri com o estado de Roraima”, disse.
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O gasto médio para manter as termelétricas locais é de cerca de R$ 107 milhões por mês. Com a Venezuela, esse montante era de R$ 62 milhões, ou seja, a energia brasileira é 72% mais cara que a importada.
O abastecimento era feito via Linhão de Guri, que ligava Boa Vista ao complexo hidrelétrico de Guri, em Puerto Ordaz. O contrato para esse serviço foi firmado em 2001, ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso e o então presidente venezuelano Hugo Chavez.
Apesar das termelétricas, Roraima ainda passa por instabilidade no fornecimento de energia. No mês passado, o estado ficou 5h sem energia, o que afetou também o sistema de águas e esgotos. Na ocasião, o Operador Nacional do Sistema de Energia (ONS) disse que investigava as causas do apagão.
A energia voltou depois que o ONS coordenou os procedimentos de recomposição, mas houve instabilidade, o que impediu a recomposição rápida. O Operador acionou a Usina Jaguaritica II para apoiar na retomada do fornecimento.
O parque térmico do estado é formado pelas usinas termelétricas de Monte Cristo, na zona Rural de Boa Vista, Jardim Floresta e Distrito, ambas na zona Oeste, e Novo Paraíso, em Caracaraí, região Sul do estado.
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