Fiéis mostram devoção e movimentam Natividade durante a Folia do Divino Espírito Santo

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Tradição que já dura mais de 200 anos foi celebrada no fim de semana e contou com missas e programações que remontam as origens de Natividade. Folia do Divino Espírito Santo traz fiéis de todo o estado para Natividade
Uma das manifestações religiosas mais fortes do Tocantins aconteceu neste fim de semana no município de Natividade, no sudeste do Tocantins. A Folia do Divino Espírito Santo, tradição que já dura mais de 200 anos, movimentou a cidade e fiéis puderam demonstrar toda a devoção durante a programação.
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Uma procissão percorreu as ruas da cidade, com as bandeiras do Divino Espírito Santo à frente. Os fiéis são recebidos pelo imperador da festa. Eles vieram trazer a esmola, que é a contribuição do povo nativitano para os festejos. A festa começou no sábado (27) e seguiu até o domingo (28).
Quem acompanhou a manifestação foi recebido com uma mesa uma mesa farta, recheada com bolos e até paçocas de carne. A noite chega e os devotos vão até a casa do capitão. Assim começa a vigília pentecostal na Igreja Católica, com a missa do capitão do mastro.
Também na festividade é apresentada a tradição da dança da sússia, trazida pelos escravos e que faz parte das origens da cidade.
Folia do Divino percorreu as ruas de Natividade
TV Anhanguera/Reprodução
“Costumo dizer que os com do batuque do tambor chama a pessoa a dançar. Tem gente que fala que não gosta e daqui a pouco está batendo o pezinho no chão, dando uma mexida. E isso é uma coisa que foi originária das senzalas e a gente traz até hoje”, explicou a susseira Felisberta Pereira da Silva.
Ainda dentro da tradição, em frente à casa do capitão do mastro é montada a mesa de iguarias e artesanato. Mas ela só é liberada depois da missa. Quando o capitão chega ao local, distribui as iguarias aos fiéis que participam da festividade.
Quando o capitão e rainha saem da missa, eles são recebidos com muito forró e sobem ao mastro, conforme manda a tradição. “É uma emoção indescritível. É muita fé, a cultura de um povo. E esse povo nativitano tem a cultura á flor da pele. A tradição nossa não deixa cair. A pessoas oxigenam essa tradição todos os anos”, afirmou Justino Camelo, escolhido como capitão do mastro.
A caminhada levando capitão e a rainha no mastro é acompanhada por muitas tochas, que simbolizam o fogo do Espírito Santo. Eles são levados até a Igreja Matriz. Depois desse momento, as comidas e bebidas são distribuídas aos fiéis.
Igreja Matriz ficou lotada no domingo (28), em Natividade
TV Anhanguera/Reprodução
Participado pela primeira vez da Folia, o enfermeiro Jeferson Dias se encantou com os símbolos que fazem parte da festividade. “Estou adorando e estou principalmente para aprender hoje. Quero sair daqui expert na história, respeitando a cultura, o sincretismo e todo esse simbolismo”, comemorou.
Casados há 15 dias, o casal Olavo e Lorena Costa se casaram graças às tradições da folia. “No ano passado estávamos noivos e agora estamos casados e passando na festa”, disse Olavo.
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No domingo, a festa religiosa é na igreja, com a missa de Petencostes. O imperador foi coroado pelo padre com todas as honras religiosas. “Meu avô foi imperador, meu pai foi imperador, e eu estou sendo agraciado sendo imperador em 2023, com muita emoção, com muito carinho. Estamos aqui fazendo uma festa à altura do Espírito Santo na comunidade nativitana”, comentou Henrique Parente.
A igreja ficou lotada, com gente também do lado de fora do templo. Os irmãos Eliésio e Lino Ribeiro, de 80 e 76 anos, são os foliões do Divino Espírito Santo mais velhos da região e acompanharam a festividade. “Viramos muito tempo nessas folias. Todo ano a gente ia, 40 dias”, disse Eliésio. “O Divino representa tudo. Ele é quem nos guia, somos mensageiros dele, já fizemos muitas viagens de folia. Graças a deus a gente tem o Divino no coração”, completou Lino.
Todos os fiéis que acompanharam as missão possuem agradecimentos sobre as graças alcançadas na vida. As homenagens ao Divino Espírito Santo enchem os corações dos fiéis de fé.
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