Presídio de Campinas quadruplica inscrições na Olimpíada Brasileira de Matemática; participação de reclusos tem alta de 48% na região

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Primeira fase da competição acontece nesta terça-feira (30). Centro de Progressão Penitenciária (CPP) Ataliba Nogueira registrou 326 participantes em 2023, contra 81 em 2022. Reeducando durante aula de matemática em penitenciária
Fabio Rodrigues/G1
Com 326 detentos participantes, o Centro de Progressão Penitenciária (CPP) Ataliba Nogueira, em Campinas (SP), quadruplicou o total de reeducandos inscritos na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) em relação ao ano anterior. Em 2022, o total de inscrições na unidade foi 81.
Considerando as unidades prisionais da região, a alta de participações foi de 48,63%, passando de 695 inscrições, em 2022, para 1.033, em 2023. No Centro de Ressocialização Prefeito João Missaglia, em Mogi Mirim (SP), o aumento foi de 64%. Veja, abaixo, os números por unidade.
Reeducandos inscritos na OBMEP
A primeira fase da Obmep acontece nesta terça-feira (30). As provas têm 2h30 de duração e são compostas por 20 questões objetivas. A divulgação dos classificados para a segunda fase está prevista para o dia 2 de agosto.
Foto de 2016 do Centro de Progressão Penitenciária “Professor Ataliba Nogueira”
Reprodução EPTV
Mais que números
Diretor do Grupo Regional de Ações de Trabalho e Educação (Grate) da Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Central, Bruno Correia Múfalo explica que, indiretamente, a participação dos reeducandos na competição desmistifica a idéia de que a matemática é uma disciplina difícil de ser aprendida.
“A Olimpíada Brasileira de Matemática traz movimentação para o saber, estimula o trabalho em grupo, traz a empolgação de uma competição entre os alunos, gera a expectativa pela divulgação dos resultados e o prazer de uma premiação”, afirma Múfalo.
Ainda segundo o diretor, as ações de incentivo realizadas dentro das unidades incluem afixação de cartazes nas escolas presentes dentro dos presídios e em áreas comuns aos visitantes, fazendo com que a família também motive o reeducando a participar, além de reuniões feitas por diretores do trabalho e educação e professores com alunos dos ensinos fundamental e médio.
Retorno à vida em sociedade
Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) afirma que o estímulo à participação de presos na Olimpíada tem como objetivo preparar as pessoas privadas de liberdade para o retorno à vida em sociedade. Em todo o estado, foram 15.439 detentos inscritos no torneio.
“Presos que não possuem formação escolar podem, inclusive, concluir os estudos enquanto cumprem pena. Isso é possível graças às escolas vinculadoras instaladas dentro dos presídios, que oferecem formação dos ensinos Fundamental e Médio. Os reclusos também participam de cursos de línguas, profissionalizantes e do Ensino Superior”, diz o texto.
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