Vítima de sequestro-relâmpago em estacionamento de hospital em Campinas relata horas de terror: ‘A gente só pensa em sair vivo’

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Mulher ficou sob domínio de assaltantes por cerca de 2h30 e foi deixada na região do Satélite Íris 3. Criminosos usaram máquina de cartão para fazer transações totalizando ao menos R$ 3 mil. Uma mulher foi vítima de sequestro-relâmpago no estacionamento do Hospital PUC-Campinas, na Avenida John Boyd Dunlop, em Campinas (SP), na noite de sexta-feira (26). Em entrevista à EPTV, afiliada da TV Globo, nesta terça-feira (30), a vítima relatou momentos de terror sob o domínio dos criminosos.
“Ele [assaltante] começou a falar que eles queriam dinheiro, pedindo todos os cartões, pedindo a senha e que se eu não passasse eles iam me matar ali mesmo. Eu tive que passar. Nessa situação a gente não tem outra escolha, a gente só pensa em sair vivo”, conta.
A mulher ficou com os criminosos por cerca de 2h30 e foi deixada na região do bairro Satélite Íris 3. Ela sofreu coronhadas na cabeça e socos nas costas e nas pernas, passou por atendimento médico e foi liberada. Segundo ela, além do prejuízo de pelo menos R$ 3 mil, ficam também os traumas psicológicos.
“O trauma você nunca vai esquecer. Com o tempo você aprende a conviver e entende que não dá para parar sua vida por conta disso. Eu espero que a justiça seja feita e que isso sirva para eles colocarem uma segurança maior lá dentro. […] Você procurar [um hospital] e isso acontecer é inadmissível”, afirma a vítima.
Vítima de sequestro-relâmpago em estacionamento de hospital em Campinas (SP)
Reprodução/EPTV
Ação violenta
A vítima, que havia levado a mãe ao pronto-socorro, foi abordada por dois criminosos enquanto entrava no veículo para sair do hospital. Ela foi orientada a entrar no banco de trás do carro e permanecer com a cabeça baixa. Durante o percuso, a mulher teve a cabeça encapuzada.
“Eles pararam em um local, tiraram o capuz e entrou um terceiro dentro do carro. Esse terceiro já veio com uma maquininha de cartão. […] Um deles estava com alguém na ligação, e a cada momento que eles passavam o cartão eles falavam para essa pessoa: ‘passou mais 100, passou mais 200’”, lembra.
Após ter o limite das contas bancárias esgotado, a vítima relata ter sido levada a uma região próxima ao lixão da Estrada do Mão Branca, onde enfim foi liberada.
“Mandaram eu descer do carro e começar a contar, e ir andando sem olhar para trás. Se eu olhasse para trás eles iam me matar. Eu comecei a descer na escuridão, não enxergava nada, só fui descendo e chorando. Quando eu percebi que eu já não estava mais escutando o barulho deles e eu escutei o barulho do carro saindo acelerado, eu comecei a correr”, diz.
Com medo de que os criminosos retornassem, a mulher se escondeu em uma área de mata por cerca de 40 minutos, até decidir pedir ajuda nas residências próximas. Após tocar várias campainhas, um casal ajudou a vítima a chamar a polícia.
O que dizem os citados?
Em nota, o Hospital PUC-Campinas informou que realizou todo o atendimento necessário à vítima no dia do ocorrido. “A PUC está investindo em mais segurança para tranquilidade dos clientes e profissionais. Além disso, todo acolhimento e suporte estão à disposição da vítima e seus familiares”, diz o texto.
Já a Estapar, responsável pela administração do estacionamento da unidade de saúde, lamentou o ocorrido e ressaltou que a empresa “irá atuar de forma colaborativa junto às autoridades na condução do caso. Além disso, esclarece que está em contato com a vítima para as averiguações necessárias”.
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