MPE pede investigação de violência política de gênero contra Sâmia Bomfim na CPI do MST

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O Ministério Público Eleitoral (MPE) acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) nesta quarta-feira (31) para apurar se a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) sofreu violência política de gênero durante a sessão de abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

A manifestação do MPE cita a sessão da CPI da última quinta-feira (23), na qual a deputada se pronunciava quando o presidente da comissão, o tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS), desligou o microfone da parlamentar.

Durante a sessão desta quarta-feira (31), houve outro caso envolvendo Sâmia Bomfim e a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ), que discutiram com integrantes da oposição. As parlamentares tiveram cinco questões de ordem indeferidas por Zucco, presidente do colegiado.

O pedido de investigação foi realizado após manifestação do grupo de trabalho do MPE que tem o objetivo de analisar casos de violência política de gênero. A procuradora Raquel Branquinho, que coordena o grupo, afirmou que os fatos noticiados sobre a conduta de Zucco se enquadram como crime pelo Código Eleitoral.

O documento cita que o Código Eleitoral estabelece normas de prevenção, repressão e combate à violência política de gênero.

A legislação afirma que é passível de pena de reclusão de um a quatro anos para quem assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar parlamentar por ser mulher com o objetivo de impedir ou dificultar o seu desempenho durante mandato eletivo.

A deputada Sâmia Bomfim estuda incluir no inquérito da PGR outros parlamentares e episódios que aconteceram durante a sessão da CPI desta quarta-feira (31), além de medidas regimentais cabíveis com o PSOL.

Em nota, o presidente da CPI do MST relata que o direito à fala de qualquer parlamentar deve ser respeitado, mas que deve obedecer aos limites regimentais.

“Eu, como presidente, devo manter a ordem da comissão, independente se quem estiver tumultuando seja homem ou mulher. O tratamento é o mesmo, não há diferença”, destacou o tenente-coronel Zucco.

“No entanto, quero deixar evidenciado também a maneira desrespeitosa como a deputada vem atuando na Comissão, o que claramente não é e nunca será permitida em nenhuma reunião por mim presidida”, adicionou.

O MPE pede que a deputada Sâmia Bomfim e uma testemunha presente na sessão prestem depoimento. A procuradoria também requer a preservação de vídeos e gravações do local para análises posteriores.

Este conteúdo foi originalmente publicado em MPE pede investigação de violência política de gênero contra Sâmia Bomfim na CPI do MST no site CNN Brasil.

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