
Integrantes das polícias Militar, Civil, Federal, Rodoviária, Bombeiros e Guarda Municipal também apresentam sinais de depressão e ansiedade, segundo pesquisa da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) e da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Mais de 1,2 mil policiais do ES têm quadro de estresse
Um estudo encomendado pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) e feito em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) com integrantes das polícias Militar, Civil, Federal, Rodoviária, Bombeiros do estado, além de agentes da Guarda de algumas cidades capixabas, apontou que 84% desses profissionais estão estressados, ou seja, mais de 1.200 policiais no Espírito Santo. A maior incidência foi observada na Polícia Civil, onde 93% estão nessa condição.
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Além do estresse, dos cerca de 1.600 profissionais de segurança que participaram da pesquisa, quase 70% (1.120 policiais) apresentam quadros de exaustão extrema, com indicativo de Burnout, 22% têm depressão e 19% têm ansiedade.
No ranking de agentes de segurança pública estressados, em segundo lugar aparece a Polícia Rodoviária Federal (PRF), com 87%, e em terceiro, a Polícia Militar, com 85%.
Policiais Militares em operação no Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
O coordenador de Atenção à Saúde da Sesp, Pedro Ferro, disse que várias ações começaram a ser feitas com os agentes de segurança após avaliação dos dados apresentados pela pesquisa.
“É uma ação inédita porque congrega todas as forças policiais que atuam no Espírito Santo, da Polícia Federal até as Guardas Municipais. Com essa pesquisa, nós identificamos como, onde e porque executar as ações. A partir disso, nós iniciamos oficinas de assertividade, de habilidades sociais, além das intervenções que foram feitas, sejam elas cardiológicas, nutricionais e psicológicas”, explicou Pedro.
A pesquisa foi realizada nos 78 municípios do estado e, enquanto o processo era realizado, nenhum policial foi afastado.
“A nossa preocupação primeiro foi de pesquisa e diagnóstico, a partir de um acordo feito com o governo do estado. Num segundo momento, nós fizemos o projeto de pesquisa, além da avaliação e intervenções importantes, uma delas com o Instituto de Pesquisa de Prevenção sobre suicídios no Rio de Janeiro. Nós fizemos avaliação dos indicadores de suicídio no estado, bem como capacitação de gestores para atuar na prevenção desses casos”, disse o coordenador.
Delegacia da Polícia Civil no Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
O coordenador destacou que o que mais chamou a atenção na pesquisa foi o número alto de agentes que apresentaram insônia. Apesar disso, o coordenador acalma a população:
“A população não corre risco, os policiais estão em tratamento. Equipes multidisciplinares já recebem policiais que, por algum motivo, ficaram afastados, mas nós queremos ampliar a rede de atendimento de todos os policiais em todo o estado, de forma preventiva. Estamos apostando na prevenção da saúde mental dos policiais, para que eles possam trabalhar com qualidade de vida. A população não corre risco, os policiais estão em tratamento”, complementou Pedro.
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