Dinheiro na cueca: com fiança de R$ 20 mil e suspensão do cargo, fiscal é solto

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São Paulo – O auditor fiscal da Secretaria de Fazenda do estado Jorge David Júnior, de 52 anos, preso com dinheiro na cueca por suspeita de extorquir um empresário, foi solto após audiência de custódia. Ele vai responder em liberdade.

A juíza Patrícia Alcalde Varisco determinou que Jorge David seja suspenso do cargo de auditor fiscal. A magistrada também estipulou fiança de R$ 20 mil para a soltura. A audiência ocorreu nessa quarta-feira (31/5).

O servidor foi detido na terça-feira (30/5) em uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em parceria com a Polícia Civil de São Paulo. Ele é acusado de pedir R$ 200 mil em propina para livrar um empresário de investigação que sequer existia.

A prisão ocorreu em um escritório em Osasco, na Grande São Paulo. Foram encontrados R$ 5 mil em espécie com o fiscal: R$ 3 mil em uma mochila e outros R$ 2 mil na cueca.

Além da acusação de extorsão, o servidor já era investigado em uma denúncia de estupro e outra por ser pego com quase R$ 300 mil sem origem declarada.

O Ministério Público e a Polícia Civil investigam se Jorge David agiu sozinho no esquema de extorsão. Segundo o delegado, Renzo Henrique Zorzi, da Divisão de Capturas, as investigações apontam que o auditor fiscal seria integrante de uma organização criminosa.

“O agente pratica tal conduta de forma reiterada. Para tanto, necessita, no mínimo, da anuência de seus pares. E caso permaneça em liberdade, poderá suprimir provas ou atrapalhar o delinear das investigações, que apontam para uma organização criminosa”, diz o delegado.

Empresário denunciou extorsão

Segundo a vítima da tentativa de extorsão, um empresário do ramo da informática, o auditor fiscal teria ido até a empresa dele na semana passada e informado que o estabelecimento estava irregular e era alvo de uma investigação no Ministério Público de São Paulo.

A “solução” dada pelo auditor para que a empresa não fosse alvo de investigação foi cobrar R$ 200 mil do empresário, com a possibilidade de pagamentos em parcelas de R$ 5 mil.

O empresário, então, procurou o MPSP e constatou que não havia investigação sobre a empresa.

Procurada pelo Metrópoles, a Secretaria da Fazenda afirmou que está colaborando com as investigações.

“A Secretaria da Fazenda e Planejamento está à disposição das autoridades e colabora com a investigação do Ministério Público, por meio da sua Corregedoria da Fiscalização Tributária (Corfisp). A administração fazendária reitera que não compactua com condutas ilícitas por parte de seus servidores e mantém rigor na apuração e punição exemplar”, disse em nota.

A reportagem tenta contato com a defesa do auditor fiscal. O espaço está aberto para manifestações.

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