Empresa catarinense tem, até maio de 2023, a melhor valorização de ações após novo IPO em 2020

Fundada em 1941, a catarinense Irani é uma das principais indústrias de papel e embalagens sustentáveis do Brasil, que fabrica produtos 100% recicláveis.

A Irani é uma indústria de papel e embalagens sustentáveis – Foto: Divulgação/ND

Na B3, bolsa de valores brasileira, desde 1977, a empresa tinha pouca liquidez e, em junho de 2020, resolveu fazer mais um IPO, (Oferta Pública Inicial), lançando novamente suas ações na bolsa, para captar recursos.

Resultado: atraiu R$ 405 milhões em investimentos, reforçando a estrutura de capital e viabilizando a plataforma Gaia, um conjunto de projetos que totaliza investimento próximo de R$ 1 bilhões, grande parte em Santa Catarina, na fábrica de papel em embalagem de Vargem Bonita no Meio-Oeste.

Além disso, de acordo com levantamento do Citi, das mais de 70 empresas que fizeram IPOs e Re-IPOs entre 2020 e 2021, a Irani é, até maio de 2023, a primeira colocada na valorização de suas ações.

Unidade da Irani em Vargem Bonita, no Meio-Oeste – Foto: Divulgação/ND

A companhia apresentou 87,6% de valorização de suas ações (saindo de R$ 4,50 em 22 de julho de 2020 para R$ 8,44 em 17 de maio de 2023, ou seja, uma alta de 87,6%.

“Tivemos um impacto muito grande na geração de empregos e temos mais de 2 mil pessoas trabalhando, em obras, além dos que já temos trabalhando”, afirma o diretor de Administração, Finanças e de Relações com Investidores da Irani, Odivan Cargnin.

Segundo ele, grande parte dos investimentos da plataforma Gaia é direcionada para geração de energia renovável.

“Queremos ser auto suficientes em geração de energia, com o Gaia 1, o primeiro e maior projeto da lista, e também ampliar a produção de papel, embalagem e celulose”, diz Cargnin.

Com o investimento, a Irani vai ampliar em 29% a capacidade de produção de celulose, em 23% a de embalagem e 56% de energia. Outro objetivo é aumentar a margem operacional da empresa e a geração de caixa.

Odivan Cargnin, diretor da Irani – Foto: Divulgação/ND

Comentando recentes conquistas, Cargnin menciona a obtenção de importantes índices da B3 pela Irani.

“Estamos no mais elevado nível de governança corporativa da bolsa. Neste ano, em janeiro, entramos no Ise (Índice de Sustentabilidade Empresarial), que tem apenas 70 marcas do Brasil. São as empresas que atingem métricas de sustentabilidade que qualificam a empresa para essa listagem. Outro índice interessante é o Idiv. (Índice de Dividendos). Nós pagamos dividendos de forma recorrente, algo muito bem visto por investidores.”

Quase 70 mil acionistas

Atualmente, a Irani tem quase 62.091 investidores individuais e 531 investidores pessoa jurídica e físicas, totalizando 62.622 mil acionistas, no Brasil inteiro e no exterior.

“A empresa está super redonda, se financia no mercado de capitais e faz investimentos voltados para ESG (ambiental, social e governança), como geração de energia sustentável, para aumentar a produção de embalagem sustentável para atender o varejo e com retorno econômico. Não existe ESG se não houver retorno econômico”, sustenta Cargnin.

O movimento de sustentabilidade que ocorre neste momento, a nível global, conforme o CFO, beneficiou a empresa.

Ele lembra que, quando o gestor do BlackRock, um dos principais investidores do mundo, que gerencia R$ 10 trilhões de dólares, alertou que direcionaria os investimentos para empresas voltadas para soluções ambientais e sociais, o mundo dos negócios chacoalhou, mas a decisão favoreceu empresas como a Irani e a resposta seguinte veio das pessoas.

“O que puxa é demanda do consumidor por produtos sustentáveis. A embalagem de papel está substituindo a de plástico e esse movimento pela sustentabilidade nos beneficia”, afirma o CFO.

Por conta dessas tendências, fazendo o que sempre fez, a Irani bateu recordes históricos de receita, lucro líquido e geração de caixa em 2022 e segue investindo e crescendo.