Adolescente denuncia abusos do padrasto através de WhasApp da polícia; ela conseguiu número em palestra na escola sobre temática

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Suspeito foi preso na tarde de quinta (1º). Adolescente disse que sofria abusos desde os 9 anos de idade. Denúncia foi feita pelo telefone da Delegacia do Adolescente, no WhatsApp (45) 3527-1414. Adolescente contou a polícia que era abusada desde os 9 anos de idade
Reprodução RPC
Um homem de 41 anos suspeito de abusar da enteada de 13 anos foi preso em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, na tarde de quinta-feira (1º). A prisão ocorreu após denúncia feita pela própria vítima através do WhatsApp da Delegacia do Adolescente, (45) 3527-1414. Veja mensagens no decorrer da reportagem.
Ela conseguiu o contato da delegacia em uma palestra na escola sobre a temática. Conforme a polícia, a adolescente relatou que sofria abusos desde os 9 anos de idade. Leia mensagem completa acima.
“Quando eu tinha nove anos ele tentou me abusar, minha mãe desculpou ele. […] Aí começou, as mãos no meu corpo, os olhares e tudo. Ele falou que se eu não deixasse ele passar a mãe em mim, ele ia tirar tudo que eu tinha de bom e ia colocar a minha mãe contra mim”, escreveu a adolescente.
Após ingerir bebidas alcoólicas e drogas, o homem estaria forçando ela a mandar fotos e manter relações sexuais com ele, momento em que ela decidiu fazer a denúncia.
Na ocasião da prisão, o suspeito apresentou um documento falso para a equipe. Conforme a polícia, ele tem mandado de prisão para cumprir, após ser condenado a quase 20 anos de reclusão, pelos crimes de roubo, tráfico de drogas e uso de documento falso.
A prisão foi em flagrante pelo uso de documentos falsos. Os possíveis abusos agora são investigados pelo Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria) da Polícia Civil.
Homem foi preso em flagrante por documentos falsos; Nucria investiga possíveis abusos
Reprodução RPC
As mensagens
Em uma das mensagens enviadas para o WhatsApp da delegacia e repassadas com exclusividade à RPC, a adolescente além de contar sobre os abusos que sofria desde criança, relatou também padrasto teria sido preso duas vezes e fugido nas duas ocasiões.
No texto, ela dá detalhes de como teria sido o suposto abuso. Ela descreve que o padrasto teria tocado nela e feito ameaças caso não permitisse e contasse para a mãe o que estava acontecendo.
Em outro trecho da conversa, a adolescente afirma que já tentou denunciar o padrasto antes, mas ficou com medo. O investigador pergunta se o padrasto está em casa enquanto ela conversa com a polícia.
A menina responde que o padrasto está no quarto, enquanto ela está na cozinha e a mãe na sala deitada vendo televisão. Leia abaixo.
Adolescente contou a investigador que estava em casa com padrasto e mãe
Reprodução RPC
A adolescente enviou à polícia um print- uma captura da tela do celular – que mostra uma conversa do padrasto com ela. Para a polícia, o diálogo dá a entender que ele já havia tido relações sexuais com a menina.
Pela lei, a prática de relações sexuais com menores de 14 anos é considerada estupro de vulnerável. À polícia, ela explica que chama ele de pai porque o padrasto a criou desde os quatro anos.
Ela afirmou ainda que o abusador continuou insistindo e a ameaçando a vítima. Por fim, ela conta à polícia que já pensou em contar para mãe as situações de abuso, mas que teme que a mãe não acredite nela.
Adolescente relata que já tentou contar para mãe, mas temia a reação dela
Reprodução RPC
Violência contra crianças aumenta 33% em Foz
Casos de violência contra crianças e adolescentes aumentaram em 33% entre 2021 e 2022 em Foz do Iguaçu, segundo um levantamento realizado pelo Comitê Municipal de Prevenção e Enfrentamento à Violência Contra Crianças e Adolescentes e Erradicação do Trabalho Infantil.
De acordo com a pesquisa, em 2021 foram registrados 507 casos do tipo, contra 675 em 2022.
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