‘Peço a Deus que ele não faça de novo com outras pessoas’, diz irmão de paciente agredida por guarda municipal em BH

‘peco-a-deus-que-ele-nao-faca-de-novo-com-outras-pessoas’,-diz-irmao-de-paciente-agredida-por-guarda-municipal-em-bh


Segundo família, episódios de violência são recorrentes nas comunidades. Mulher é agredida por agente da Guarda Municipal de BH
Reprodução/redes sociais
n
“No dia, eu orei por ele. Pedi que Deus o ajude e dê capacidade para ele enteder o que fez, e que não faça de novo com outras pessoas”.
O relato é do motoboy Cláudio Bento, irmão de Cleonice Bento, a mulher que foi agredida por agente da Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte, em frente ao Centro de Saúde Nossa Senhora de Fátima. A unidade atende, em sua maioria, a população de baixa renda e em situação de vulnerabilidade do Aglomerado da Serra.
Paciente é agredida por guarda municipal em frente a posto de saúde de BH; VÍDEO
Ele conta que Cleonice é mãe de seis filhos, e no dia em questão, precisava que dois deles fossem atendidos no posto. Ela faz uso de remédio controlado para epilepsia, e estava em crise quando os guardas foram acionados por funcionários do posto.
“Ela normalmente tem momentos surtos, até com a gente que é da família, todo mundo sabe o quadro dela. Não tinha necessidade de fazer aquilo, era só conversar com ela. Chegar agredindo, com certeza, não é uma solução”, conta o irmão.
Violência nas comunidades
“Eles [agentes] se capacitam fisicamente, mas psicologicamente ainda falta noção para cuidar de gente, principalmente gente de comunidade, de favela. Acham que pode tratar de qualquer jeito. Foi injusto o que fizeram com a minha irmã”.
O morador aponta também uma questão que já vem sendo debatida há anos, sobre o uso de violência policial nas comunidades mais pobres.
Relembre casos recentes de violência envolvendo policiais militares em Minas Gerais
‘Sentimento é de impotência’, diz líder comunitário da CUFA que foi agredido em ação da PM
“Não estamos nos vitimizando, nem somos coitados só por morar em favela, mas as pessoas acham que podem fazer o que quer com gente que é considerada esquecida da sociedade”, afirma o irmão da vítima.
Cláudio ainda conta que agentes da Guarda acusaram a família de agressão. Sobre isso, o irmão afirma que essa é uma atitude que se repete quando há casos de violência envolvendo agentes de segurança.
“Nunca agredimos nenhum agente. Eles colocam sempre a culpa nos moradores. Ninguém da família agrediu ele, e o vídeo mostra isso”, afirma.
Mulher é agredida por guarda municipal em BH
Condições de saúde
Cleonice atualmente não trabalha fora, por causa das condições de saúde, e fica por conta das atividades do lar e dos filhos. Quando mais jovem, a moradora trabalhava como artista circense, conforme contou Cláudio.
Depois do ocorrido, a mulher se recupera em casa, com a ajuda da mãe.
“Ela ainda está meio desorientada, ninguém fica bem depois disso, né?! Mas está em casa, com os filhos”.
A Secretaria Municipal de Segurança e Prevenção (SMSP) informou que respeita a opinião da família, mas discorda das falas citadas. Além disso, a pasta afirma que episódio é investigado, e que qualquer pessoa que presenciar a atuação inadequada um guarda municipal, pode fazer uma reclamação junto à Corregedoria.
A sede fica na Rua dos Carijós, nº 126/ 4º andar, ou no BH Resolve, que fica na Rua dos Caetés, nº 342, Centro. Outra opção é ligar para o telefone 156.
Confira os vídeos mais vistos no g1 Minas:
Adicionar aos favoritos o Link permanente.