Como era e como evoluiu o acesso à internet e às notícias desde 2011, ano de lançamento do g1 Ceará

como-era-e-como-evoluiu-o-acesso-a-internet-e-as-noticias-desde-2011,-ano-de-lancamento-do-g1-ceara


Maioria dos usuários consumia as notícias pelo computador, antes da migração para os celulares. Há 12 anos, jornalismo se consolidava no uso da linguagem para a internet. Em 2011, a maioria dos acessos ao g1 Ceará era feita pelo computador. Atualmente, maior parte do público vê as notícias pelo celular
Kid Júnior/Sistema Verdes Mares
Em junho de 2011, o lançamento do g1 Ceará fortaleceu o jornalismo cearense ao trazer conteúdos pensados exclusivamente para a internet. O portal de notícias surgiu há 12 anos, quando a maioria das pessoas consumia notícias online por meio dos computadores, e o acesso à internet ainda não era um hábito para metade da população brasileira.
No aniversário do g1 Ceará, comemorado neste sábado, 3 de junho, relembre como era a internet e o jornalismo no ano em que o portal surgiu.
Em 2011, menos da metade da população tinha na rotina o acesso à internet. O percentual de brasileiros acima de 10 anos que relataram o uso da internet era de 46,5% naquele ano, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Anual (Pnad Anual), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os dados mostram que os brasileiros ficaram mais conectados a cada ano. Com outra metodologia de pesquisa, o IBGE apresenta a porcentagem de lares brasileiros com utilização da internet de 2016 a 2021 na Pnad Contínua. A pesquisa mais recente aponta que 90% dos domicílios brasileiros já se conectavam à internet em 2021.
As melhorias de infraestrutura, como a velocidade da internet, permitiram maior presença dos brasileiros no mundo digital. Nas últimas duas décadas, o jornalismo se aprimorou para acompanhar esta tendência.
Foi nesse cenário que o g1 Ceará foi lançado, colocando em prática as potencialidades da linguagem do webjornalismo, conforme Naiana Rodrigues, vice-coordenadora do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará (UFC). O portal de notícias chegava amparado pela ampla experiência em comunicação do Sistema Verdes Mares, grupo de comunicação criado na década de 1960.
Interatividade
A partir do ano de 2008, a pesquisadora contextualiza que os veículos jornalísticos de outros países da Europa e da América Latina avançaram nos esforços para explorar a convergência de múltiplas mídias, os recursos interativos e a possibilidade de inserir vários caminhos de acesso dentro da narrativa por meio de links.
No Brasil, estas mudanças de formato se intensificam a partir de 2010. O período era de consolidação da segunda fase do webjornalismo. A primeira fase trazia a prática de reproduzir nos portais de notícias conteúdos bastante semelhantes aos das outras mídias, como os jornais impressos. Nesta segunda geração, o jornalismo produzido para a internet passou a aplicar recursos próprios do meio digital.
Segundo Naiana Rodrigues, o jornalismo cearense começava a explorar a web como um espaço potente para a convergência. “Essa multimidialidade era praticada na web principalmente com a inter-relação entre o texto verbal e o audiovisual”, pontua a pesquisadora.
Nos anos seguintes, este processo levaria à experimentação de reportagens mais profundas em formatos pensados para os meios digitais. Ainda de acordo com a pesquisadora, este investimento rompeu com a ideia de que o jornalismo online seria exclusivamente rápido e superficial.
Personalidade ao noticiar
Nascendo como uma nova plataforma para os conteúdos da TV Verdes Mares, o g1 Ceará desenvolveu uma personalidade própria, buscando a agilidade e a qualidade da informação em uma linguagem dinâmica, conforme Gustavo Bortoli, diretor de Jornalismo e Esportes no Sistema Verdes Mares de Comunicação.
As mudanças no perfil do consumo de notícias também impulsionaram a criação de produtos adaptados aos dispositivos móveis, como tablets e celulares.
Quando o g1 Ceará foi lançado, o computador era o equipamento usado para a maioria dos acessos às notícias do portal. Em 2011, 91% dos usuários visitaram o portal com desktops.
Na época, apenas 7% acessavam o portal pelo celular. Atualmente, o percentual é de 83% de acessos pelos celulares, configurando a forma mais comum para o consumo atual das notícias produzidas.
Confira os dados de acessos às notícias do g1 Ceará:
Em 2011
Desktop: 91%
Tablet: 2%
Celular: 7%
Em 2023:
Desktop: 16%
Tablet: 1%
Celular: 83%
O g1 acompanhou essa evolução, na mudança de conteúdo, agilidade na publicação e na adequação da página para melhorar a visualização para quem acompanha as notícias pelo celular.
De acordo com Gustavo Bortoli, a intenção é que o portal de notícias traga a praticidade do acesso pelo smartphone e promova uma experiência positiva ao usuário, que tem a atenção disputada por um grande volume de informações em outros veículos e redes sociais.
Além de um consumo mais dinâmico, o jornalismo atual tem outros desafios que não estavam no horizonte há 12 anos.
Um deles é a necessidade de acompanhar o ritmo das discussões online, em um contexto em que as pessoas interagem entre si principalmente por meio das plataformas e redes sociais, pautando o debate público com temas que se renovam rapidamente.
Combate à desinformação
Outro fator é a presença de outros agentes que dominam técnicas da comunicação para disseminar campanhas de desinformação, interferindo na vida da população e provocando a tomada de decisões a partir de julgamentos equivocados.
Um dos destaques no trabalho do g1 é o Fato ou Fake, serviço criado para rebater mensagens falsas e realizado em parceria com os jornalistas do Grupo Globo.
“É um momento em que ele (g1) passa fazendo checagem das informações diversas que são publicadas nos mais diversos lugares. Tem coisas que muitas vezes são absurdas, mas que as pessoas acabam, muitas vezes pelo fato de não se aprofundarem na pesquisa, repassando para frente. Então o g1 tem essa preocupação de jogar luz sobre o fato”, comenta Gustavo Bortoli.
Ainda segundo o diretor, a ideia é que o consumidor da informação saiba que está lidando com informações relevantes e úteis que passaram pela verificação de jornalistas profissionais.
Conforme Naiana Rodrigues, o jornalismo de verificação se mostrou necessário nos últimos anos, principalmente nos períodos de campanha eleitoral e no novo contexto de circulação de temas que antes não viravam notícia.
“Além dos formatos e valores, o jornalismo segue ainda como um ente muito importante para as sociedades democráticas. A pandemia e esse elo com a desinformação nesse período serviram para vermos a relevância e a importância do jornalismo”, conclui Naiana Rodrigues.
Assista às principais notícias do Ceará no g1 em 1 Minuto:
Adicionar aos favoritos o Link permanente.