Para diretora do FMI, novas realidades macroeconômicas implicam em inflação alta e crescimento fraco

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A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou que novas realidades macroeconômicas na Europa – como a rápida fragmentação geoeconômica após a invasão da Ucrânia – devem implicar em inflação alta e crescimento fraco na região.

“Projetamos que a inflação na União Europeia deve ficar acima das metas do Banco Central Europeu além de 2024”, apontou ela, em evento realizado hoje na Croácia. Georgieva destacou que a inflação no bloco continua “dolorosamente alta” e que o núcleo ainda não demonstrou sinais claros de queda.

Falando especificamente sobre as regiões sudeste e centrais da Europa, a dirigente revelou que o FMI projeta crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) real em 2024 3,5% abaixo do que o esperado no início de 2020. Isto seria o equivalente a retirar 50 bilhões de euros da região nos últimos cinco anos, apontou ela. As estimativas excluem Belarus, Rússia e Ucrânia.

“As regiões do sudeste e do centro da Europa enfrentam profundas cicatrizes econômicas”, relatou Georgieva. “E a recuperação fraca, inflação persistente e alta incerteza significa que a região continuará enfrentando tempos difíceis”.

Como solução, o FMI defende a adoção de estratégias conjuntas de políticas monetária e fiscal, para que os países reduzam a inflação enquanto mantém uma recuperação sustentada. “Isso vai

exigir escolhas difíceis, trará o triplo benefício de reduzir a inflação, baixar a dívida relaciona a custos dos serviços públicos e reforçar a estabilidade financeira”, descreveu Georgieva.

Além disso, a autoridade defendeu o aumento do investimento público e privado em energias renováveis, como forma de garantir o progresso na segurança energética local e atingir metas climáticas.

O último passo para conquistar uma recuperação sustentada seria ponderar os riscos e aproveitar as “oportunidades do mundo fragmentado”, mantendo comércio aberto com países de todas as regiões em um “ambiente geopolítico de constante mudança”, concluiu Georgieva.

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