Câmara de Muriaé cassa mandato de vereador suspeito de liderar associação criminosa

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O ex-presidente do Legislativo, Carlos Delfim, já estava afastado do cargo. Ele foi preso no mês passado durante a Operação ‘Catarse’, desencadeada pelo Gaeco da Zona da Mata, e está no presídio de Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Carlos Delfim, vereador de Muriaé, foto de arquivo
Reprodução/Silvan Alves
A Câmara Municipal de Muriaé aprovou na noite de quarta-feira (17) a cassação do mandato do vereador afastado Carlos Delfim Soares Ribeiro. O ex-presidente do Legislativo é suspeito de liderar uma associação criminosa e foi preso mês passado na Operação “Catarse”.
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Durante a sessão, o relator da Comissão Processante, vereador Ciso (PL), apresentou relatório favorável à cassação. Todos os vereadores estavam presentes, justificaram os posicionamentos e votaram as denúncias de falta de decoro e de corrupção e improbidade administrativa.
No dia anterior à sessão, os procuradores de Carlos Delfim apresentaram o pedido de renúncia ao mandato e solicitaram o adiamento do julgamento, sob alegação de a situação constituía um fato novo no processo.
O presidente da Câmara, vereador Dr. Gerson Varella Neto (PSL) entendeu que a renúncia não deveria impedir o prosseguimento da representação e indeferiu o pedido dos procuradores do denunciado. Na sessão, os advogados que representaram Delfim criticaram a condução do processo no Legislativo.
Ao final da sessão extraordinária, os vereadores votaram por unanimidade favoráveis à cassação do mandato de Carlos Delfim. Com a definição, ele ficará inelegível pelos próximos oito anos e a cadeira será assumida em definitivo por Reginaldo Roriz, até o fim da atual gestão, em dezembro de 2024.
O ex-vereador segue preso em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, para onde foi transferido no final do mês passado.
Transferência para Uberlândia
Carlos Delfim foi transferido para a unidade prisional do Triângulo Mineiro no último dia 23. De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp),“as transferências de presos fazem parte da gestão prisional do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG)”.
Em nota, a defesa do vereador contou que no dia que ele foi preso o político sofreu um mal súbito e que foi “diagnosticado com crise de hipertensão arterial elevada e descompensação cardíaca”. O parlamentar ficou internado no Hospital São Paulo até o dia 22 de abril.
O advogado disse, ainda, que pediu a conversão da prisão preventiva em domiciliar, além de habeas corpus requerendo a revogação da prisão preventiva ao Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG).
Operação ‘Catarse’
Operação ‘Catarse’ foi realizada em Muriaé e região
MPMG/Divulgação
A investigação aponta que o político, que já ocupou a presidência da Câmara de Muriaé, agiria no “sentido deliberado de ocultar e dissimular a propriedade de veículos, empresas, imóveis, máquinas, gados e dinheiro pertencentes a ele”.
Conforme o promotor de justiça Breno Costa da Silva Coelho, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), a Operação “Catarse” já possibilitou o cumprimento de 59 mandados de busca e apreensão, inclusive contra cinco vereadores em exercício, três ex-vereadores, seis postos de gasolina, três construtoras e 12 empresários.
Além disso, já foram bloqueados bens como um sítio, casa de luxo, mais de R$ 300 mil, carros, caminhões e outros.
A operação já apurou 733 crimes, sendo 24 concussões, 1 corrupção passiva, 12 lavagens de dinheiro, 695 crimes de peculato, 1 delito de associação criminosa e 21 pessoas denunciadas.
OUTRAS OPERAÇÕES:
1ª FASE: Investigações iniciais apontam dano de mais de R$ 12 milhões ao patrimônio público na Zona da Mata
2ª FASE: Gaeco deflagra ação de combate à corrupção e à prática de crimes contra o patrimônio público em Muriaé
3ª FASE: Diretor contábil e financeiro da Câmara de Muriaé é alvo
4ª FASE: Vereadores são alvos e quase R$ 400 mil apreendidos na Zona da Mata
5ª FASE: Ex-presidente da Câmara de Muriaé tem pedido de prisão preventiva decretado
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