Brasil investiga caso suspeito de gripe aviária em humano no Espírito Santo

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Após o registro de três casos de gripe aviária no Espírito Santo, confirmados pelo Ministério da Agricultura, na segunda-feira (15), um caso suspeito da doença em humano é investigado em Vitória.

O paciente é um homem de 61 anos, funcionário de um parque onde foi encontrada uma ave com resultado positivo para a doença. O paciente apresenta sintomas gripais leves e, conforme protocolo de vigilância sanitária, está em isolamento e monitorado por equipes de saúde do município.

As informações foram divulgadas pelo Ministério da Saúde, que acompanha o caso notificado à pasta na quarta-feira (17). De acordo com o ministério, as amostras coletadas do paciente e de outras 32 pessoas que trabalham no parque estão em análise pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) do Espírito Santo. Após a análise pelo Lacen, as amostras serão encaminhadas para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), referência para o estado.

Até o momento, não foram registrados casos confirmados de gripe aviária H5N1 em humanos no Brasil, de acordo com o ministério.

A transmissão da doença ocorre por meio de contato com aves doentes, vivas ou mortas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que, pelo que foi observado no mundo, o vírus não infecta humanos com facilidade e, quando isso ocorre, geralmente a transmissão de pessoa para pessoa não é sustentada.

Sobre a gripe aviária

A gripe aviária, uma doença que afeta principalmente as aves, é causada por um vírus influenza da família Orthomyxoviridae. De acordo com seu subtipo, pode ser classificado como de alta ou baixa capacidade de provocar doença – conceito conhecido tecnicamente como patogenicidade. Assim, o vírus pode apresentar diferentes sintomas nas aves infectadas.

De acordo com a OMS, o Vírus da Influenza Aviária de Baixa Patogenicidade (LPAIV, em inglês) pode causar uma doença leve, muitas vezes despercebida ou sem sintomas. Já o Vírus da Influenza Aviária Altamente Patogênico (HPAIV) causado pelos subtipos (H5 e H7) do tipo A, causa doenças graves em aves e pode se espalhar rapidamente, resultando em altas taxas de mortalidade em diferentes espécies aviárias.

A forma mais comum de o vírus entrar em um território é através de aves selvagens migratórias. A maioria dos vírus influenza circulantes em aves não é capaz de infectar humanos. No entanto, algumas cepas com essa capacidade representam uma ameaça à saúde pública.

O principal fator de risco é a exposição direta ou indireta a animais infectados ou ambientes e superfícies contaminados. Depenar, manusear carcaças de aves infectadas e preparar aves para consumo, especialmente em ambientes domésticos, também podem ser fatores relacionados à transmissão.

Quando a gripe aviária é transmitida aos seres humanos, os sintomas podem variar de infecção leve, com febre e tosse, a pneumonia grave associada à dificuldade para respirar e risco de morte, dependendo de fatores relacionados ao vírus e ao hospedeiro. Raramente, sintomas gastrointestinais ou neurológicos foram relatados, segundo a OMS.

Como outros vírus de influenza aviária, o H5N1 possui as aves silvestres aquáticas como reservatórios naturais. Nesse contexto, ele é capaz de se multiplicar bem em outras aves. A infecção tem sido associada a um alto índice de mortalidade entre as aves, principalmente entre animais de granjas, provocando grandes prejuízos à pecuária.

“Várias notificações de altas mortalidades de aves silvestres estão sendo observadas em todo o mundo. Porém, algumas espécies não apresentam sinais clínicos e são capazes de disseminar, ou excretar, altas cargas virais no ambiente. O vírus H5N1 já foi encontrado em mais de 160 espécies de aves silvestres diferentes”, detalha Helena Lage Ferreira, presidente da Sociedade Brasileira de Virologia (SBV) e professora da Universidade de São Paulo (USP).

Este conteúdo foi originalmente publicado em Brasil investiga caso suspeito de gripe aviária em humano no Espírito Santo no site CNN Brasil.

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