‘Cada hora é quinze’: Flanelinhas usam caixotes e cones para lotear ruas de São Paulo; VIDEO mostra flagrantes

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Equipe do Jornal Hoje flagrou a comercialização de vagas na região da rua 25 de Março, no centro de São Paulo. Nem a fiscalização da prefeitura intimida o grupo. Flanelinhas loteiam ruas de São Paulo e cobram por vagas
TV Globo/Reprodução
A abordagem de flanelinhas que reservam vagas em vias públicas se repete em grandes cidades brasileiras e, além de ser um problema de trânsito, é caso de polícia. O Jornal Hoje flagrou a comercialização ilegal dessas vagas em uma das áreas mais movimentadas de São Paulo: a região da rua 25 de Março.
O produtor William Santos circulou pelas ruas do centro da cidade por duas semanas e flagrou flanelinhas loteando vagas destinadas à Zona Azul e cobrando por elas. Enquanto a prefeitura cobra R$ 6,08 pela hora, os flanelinhas faturam até R$ 15 pela hora do estacionamento.
“Deixa aqui à vontade. Fica o tempo que você precisar, são R$ 15 à vontade. Eu trabalho com a Zona Azul”, diz um dos homens. “Cada hora é quinze”, fala outro.
No lugar destinado aos carros, o que se vê são caixotes e cones. Mesmo o aplicativo da Zona Azul mostrndo que as vagas estão livres, o que se vê, na realidade, são loteamentos feitos por pessoas que ameaçam e intimidam os motoristas. Tudo isso ocorre na frente da Polícia Militar e de profissionais da prefeitura que fiscalizam a Zona Azul.
Prefeitura e CET fazem operação no Centro de SP contra ‘flanelinhas’ que cobram por vagas de Zona Azul
“Basicamente é um problema de polícia, não só de segurança no trânsito, por se tratar de uma reserva de área pública com ganho pessoal”, explica o especialista em transporte Sérgio Ejzenberg.
Fiscalização insuficiente
A denúncia de comercialização de vagas na capital paulista foi feita com exclusividade pelo Bom Dia São Paulo e, após a exibição da reportagem, policiais militares e fiscais da prefeitura fizeram uma operação no local na manhã desta quinta-feira (18).
Menos de uma hora depois da fiscalização, a reportagem do Jornal Hoje retornou ao local e os flanelinhas já estavam atuando novamente. A prefeitura disse que mais operações serão feitas para coibir a ação do grupo.
“Vamos retornar amanhã e vai fazer constantemnte, até que isso seja desestimulado. Neste caso, já entra em um problema policial, porque é extorsão. Então, a gente precisa de uma colaboração de todos. Isso está acontecendo a população pode esperar que ali vai melhorar”, prometeu o subprefeito da região da Sé, coronel Alvaro Camilo.
Enquanto isso, quem precisa estacionar na região lamenta a situação.
“É extorsão. Você pode colocar no aplicativo, vai pagar R$ 5, R$ 6, aí você tem que pagar de R$ 10 a R$ 15 a hora para eles e, se você não pagar, você não consegue parar o carro (…). Passa polícia, passa fiscalização, passa GCM, passa CET e ninguém fala nada”, lamenta o autônomo Pedro Costa.
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