Alunos refugiados se adaptam à nova cultura com ajuda de colegas e professores em São Carlos

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Com direito à educação garantido, crianças e adolescentes estrangeiros pensam em fazer uma graduação no futuro. Estudantes refugiados são acolhidos em escolas de São Carlos
Deixar tudo para trás e abandonar seu país para fugir da fome ou da guerra é uma atitude desesperada. Essa é a realidade de crianças e adolescentes que estão estudando em escolas públicas de São Carlos.
O g1 solicitou à Prefeitura de São Carlos e à Diretoria Estadual de Ensino, com sede em São Carlos, quantos esudantes estrangeiros estão nas escolas da cidade, mas nenhuma forneceu os dados.
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Umna Saket, de 15 anos, pedeu o direito de estudar no Afeganistão. Em São Carlos retomou os estudos e pensa fazer faculdade de computação
Reprodução EPTV
A escola é um importante pilar para essas crianças e adolescentes se adaptarem ao novo país, pois encontram em professores e colegas ajuda para entenderem a nova realidade e a nova cultura, e até que enxergarem possibilidades de vida futura.
Direito básico
A educação é um direito básico, mas de acordo com a Agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para Refugiados (ACNUR), apenas 68% das crianças refugiadas frequentam a escola, principalmente por conta das dificuldades dos países vizinhos às zonas de conflito e que recebem um grande número de refugiados.
Crianças e adolescentes refugiados encontram na escola um ponto de apoio na adaptação ao novo país e à nova cultura
Reprodução EPTV
Entre os adolescentes esse número é ainda menor. Apenas 34% dos jovens refugiados estão matriculados no Ensino Médio.
O Brasil tem conseguido absorver essa demanda. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), cerca de 132 mil estrangeiros estão matriculados na rede publica, 15.903 deles no estado de São Paulo.
Possibilidade de futuro
Os irmãos Mohamed, de 10 anos, Umna Saket, de 15 e Mahsa, de 13, vieram do Afeganistão e estão se adaptando a São Carlos (SP) com ajuda da escola
Reprodução EPTV
Sem possibilidade de estudar em seu país, proibida pelo Talibã, afegã Umna Saket, de 15 anos, já projeta uma graduação em computação, na capital da tecnologia.
Ela os irmãos Mahsa, de 13, e Mohamed, de 10, chegaram ao Brasil am abril de 2022, fugindo da guerra no Afeganistão e após passar seis meses em um campo de refugiados no Paquistão. Encontraram na E.E. Atillia Prado Margarido, acolhimento e apoio para que se adaptasse ao Brasil, que para ela é um “lugar que tem oportunidade, para o futuro e para o trabalho”.
Na nova escola, a primeira barreira a ser superada era a da língua e Mahsa contou com a ajuda preciosa da colega Paloma da Silva.
“Ela me ajudava nos primeiros dias, com novas palavras e com novas frases e me ensinava, foi um pouquinho difícil, mas me adaptei”, contou.
Mahsa Saket, de 13 anos, que está em São Carlos há um ano, contou com a ajuda da amiga para começar a falar português e entender as palavras
Reprodução EPTV
Mohamed, que também quer trabalhar com tecnologia, também já está totalmente adaptado à escola e aos novos amigos. Montou um canal na internet onde ensina o que sabe, como o inglês, uma das quatro línguas que fala.
“Sou muito feliz, mais que em meu país porque lá tinha muito guerra e não tinha escola, aqui as pessoas são legais e gentis”, disse.
A adaptação à escola aconteceu naturalmente. Os irmãos afegãos acompanharam as aulas regulares, tiveram apoio de professores que falam inglês quando era necessário, até se adaptar à rotina.
“Eles estão totalmente adaptados à nossa escola, enriqueceram o dia a dia a nossa escola e meu maior sonho como educador e gestor é vê-los entrando na universidades e realizando seus sonhos e deixando para trás esses momentos tristes que eles passaram”, diz o diretor Emerson Leandro de Moraes.
O venezuelano Antony Henrique Hernandez Crespo, de 10 anos, se adaptou a São aCarlos e quer estudar para ser médico
Reprodução EPTV
A realidade que os irmãos estão encontrando na E.E. Atillia Prado Margarido, Antony Henrique Hernandez Crespo, de 10 anos, já vive há quatro na escola E.E. Paulino Carlos.
“Ele tem muito interesse em aprender, ele gosta das aulas, faz as tarefas faz os exercícios e não apresenta nenhuma dificuldade em relação à língua” elogia a professora Roseana Nunes Baracat Moreira.
Com tranquilidade ele tem melhor ambiente para construir o sonho de ser médico. “Aqui é mais tranquilo que na Venezuela e muito melhor”, afirmou.
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