Estudo da Unicamp aponta precariedades em transporte metropolitano e traça perfil de mobilidade na RMC

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Mestranda em Arquitetura, Tecnologia e Cidade crucou informações e verificou que 60% dos moradores preferem o transporte individual. EPTV esteve em terminal para constatar reclamações. Uma pesquisa da Unicamp traçou um perfil de mobilidade da Região Metropolitana de Campinas (RMC) e apontou precariedades nos ônibus metropolitanos que circulam pelos municípios. O trabalho foi apresentado no mestrado em Arquitetura, Tecnologia e Cidade, da Faculdade de Engenharia Civil, e cruzou informações como renda, moradia, acesso a veículos individuais e uso do transporte.
De acordo com a pesquisadora Janini Dias da Silva, o transporte público da RMC é “insuficiente” para atender a demanda existente, por consequência de um “planejamento precário”. Segundo a mestranda, que teve orientação do professor Pedro Perez-Martinez, o movimento na região é intenso porque Campinas depende de mão-de-obra de cidades vizinhas e os moradores dos municípios também precisam dos serviços oferecidos da metópole.
Além disso, o estudo aponta que a precariedade proporciona uma “fuga dos coletivos”. De acordo com a avaliação, 60% das pessoas preferem usar veículos individuais por conta do trânsito “complexo” e “inseguro”.
“A principal demanda são os trajetos, melhorar os trajetos, aumentar a quantidade de ônibus, de linhas. O tempo que ela perde da vida dela no transporte é uma das coisas que mais desgasta a população. A ideia é desenvolver políticas públicas e incentivar o investimento em transporte coletivo para incentivar o uso nesse modal”, contou a pesquisadora.
Perfil de mobilidade
Para traçar o perfil, Janini usou a Pesquisa Origem Destino, realizada pela Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos (STM). O estudo divide a RMC em 185 zonas de tráfego – áreas que concentram as mesmas características de deslocamento, tais como local para onde as pessoas se dirigem e se elas vão de carro, moto ou utilizam o transporte coletivo.
No total, são realizadas, por dia, 4,7 milhões de viagens na região de Campinas, sendo 107 mil intermunicipais. Os moradores de Sumaré (SP), Monte Mor (SP) e Hortolândia (SP) são os que mais usam os ônibus.
Reclamações
A EPTV, afiliada da TV Globo, passou um dia no Terminal Metropolitano de Campinas e ouviu as principais reclamações dos passageiros. A vendedora Maria do Carmo Arruda é cadeirante e afirmou que, além de lotado, ela sempre tem problema com os elevadores.
“Ou está sem chave ou está sempre quebrado. O 708, que viaja de Monte Mor a Campinas, é o que mais tem problema de elevador, aí fica esperando, vem o primeiro, o segundo, e sempre acontece isso. Além disso, é muito lotado”, disse.
A reportagem também verificou uma discussão entre um passageiro e um motorista. A alegação era que o condutor não parou no ponto, mesmo com o sinal de parada. “Agora vou ter que voltar mais um trecho. Ele não parou. Vou ter que voltar para trás”, afirmou o pintor Manuel Alfonso.
O que diz a EMTU
A Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) disse, em nota, que a oferta de viagens é adequada pela demanda de passageiros e que faz monitoramentos diários. Veja na íntegra:
A oferta de viagens é adequada conforme a demanda de passageiros e monitoramentos diários são realizados para acompanhar a operação das linhas. A Linha 708 está programada aos finais de semana de acordo com a demanda atual. Se identificado aumento, será realizada reprogramação.
Importante ressaltar que características gerais do percurso da linha ou fatores externos podem ocasionar mudanças pontuais na programação ou atrasos (trânsito, condições das vias, acidentes, obras etc).
Em relação aos elevadores dos ônibus da linha 708, informamos que todos os veículos passam por inspeção de mais de 900 itens, quando constatada falha o veículo é recolhido para correção. Nesse caso, será acionada equipe de inspeção para que verifique a reclamação.
Sobre a conduta inadequada do motorista, informamos que não há registro na ouvidoria sobre a ocorrência. Informamos que os motoristas são treinados pela concessionária e cobraremos providencia da empresa.
Os usuários devem registrar reclamações e sugestões nos canais oficiais de atendimento da EMTU, como o fale conosco no site www.emtu.sp.gov.br para que sejam tomadas medidas cabíveis.
Os assentos para idosos nos veículos são disponibilizados conforme a legislação e campanhas são realizadas para que os passageiros respeitem os lugares. Inclusive reforçando quando os especiais estão ocupados, que todo assento é preferencial quando o assunto é respeito.
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