Livros, computadores e materiais pedagógicos estão acumulados e sem uso em escolas municipais de Porto Alegre

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Itens estão armazenados de forma precária nas instituições de ensino e em depósitos da prefeitura. Em 2022, o valor gasto com os recursos chegou a quase R$ 100 milhões. Livros, computadores e kits pedagógicos sem uso nas escolas municipais de Porto Alegre
Livros, computadores e kits pedagógicos sem uso nas escolas municipais de Porto Alegre
Uma investigação realizada em escolas municipais de Porto Alegre encontrou livros, computadores e materiais pedagógicos acumulados, sem uso e armazenados de forma precária nas instituições de ensino e em depósitos da prefeitura. No ano passado, o valor gasto com os recursos chegou a quase R$ 100 milhões.
A secretária municipal de Educação, Sônia Rosa, reconhece que há materiais parados em 12 das 98 escolas. Segundo a titular da pasta, os professores já receberam o treinamento e cabe aos profissionais aplicar as metodologias com os alunos.
“Nós já fizemos alguns apontamentos para essas escolas e nós estamos, sim, acompanhando de perto essas pouquíssimas escolas que não se enquadraram nessa perspectiva de organização, de colocar esse material na mão de cada aluno nosso”, explica secretária.
Os repórteres do Grupo de Investigação da RBS (GDI) percorreram oito escolas da rede municipal da Capital. Participaram os repórteres Cristine Galisa, da RBS TV, e Adriana Irion e Carlos Rollsing do jornal Zero Hora (veja no vídeo acima).
Foram encontradas, nas escolas Jean Piaget, Saint Hilaire e Porto Novo, mais de 100 caixas de livros ainda sem uso. O material faz parte de uma remessa de pelo menos 470 mil livros pedagógicos adquiridos pela Secretaria Municipal da Educação, no ano passado, para quase 50 mil estudantes.
Nas escolas Jean Piaget e Saint Hilaire, também foram adquiridos, em março do ano passado, mais de 25 mil unidades de computadores “chromebooks” por quase R$ 50 milhões. Parte dos equipamentos não pode ser ligada, em razão de problemas na rede elétrica.
Na escola Mário Quintana, foram encontrados um armário com kits pedagógicos, publicações e jogos. No ano passado, a prefeitura comprou, por R$ 14 milhões, kits para toda a rede escolar.
Livros, computadores e kits pedagógicos sem uso nas escolas municipais de Porto Alegre
Reprodução/RBS TV
As denúncias chegaram ao gabinete da vereadora Mariana Pimental (Novo). Nos últimos meses, ela percorreu algumas escolas para conferir a situação.
“Chegaram livros em escolas que não tinham biblioteca ativa há 3 anos. As escolas ficaram preocupadas, porque cada diretora é responsável pelo patrimônio. Na verdade, elas não tinham tido orientação, muitas não sabem onde colocar os materiais, como inserir isso no plano pedagógico”, afirma a vereadora.
Segundo a secretária, os materiais foram comprados para qualificar o ensino, afetado durante a pandemia. Ela explica que as coleções de livros são para preparar os alunos para as provas de avaliação externa, como o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), e para que eles tenham acesso a conteúdos exigidos no novo currículo do Ensino Fundamental, como empreendedorismo e educação financeira.
“O livro das diferentes coleções é um exemplar para cada aluno . Eles devem estar com esses livros, e sendo trabalhado em sala de aula. Essa é a responsabilidade da secretaria e das escolas. É um investimento alto, sim, mas nós não abrimos mão de competências diferenciadas ou competências do século 21 dentro da escola”, diz a secretária.
Os vereadores pretendem investigar a forma como esses equipamentos estão sendo utilizados. Dois pedidos de CPI já foram protocolados na Câmara Municipal de Porto Alegre.
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