Perda de fôlego da inflação cria cenário para corte dos juros em agosto, avaliam bancos

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A nova queda da inflação registrada em maio reforça as apostas do mercado financeiro na antecipação do corte dos juros pelo Banco Central (BC) a partir do segundo semestre.

Se antes a trajetória do Índice de Preços a Consumidor Ampliado (IPCA) apontava para início da redução em setembro, a perda de fôlego na variação de preços para 0,23% no mês passado — ante 0,61% em abril — antecipou as apostas para o início da queda da Selic para agosto.

No acumulado de 12 meses, o indicador oficial da inflação cedeu para alta de 3,94%, dentro da meta perseguida pelo BC de 3,25% em 2023 — com margem para variar entre 1,75% e 4,75%.

O Comitê de Política Monetária (Copom) volta a se reunir entre os dias 20 e 21 de junho. O calendário do colegiado conta ainda com cinco reuniões ao longo de 2023, em um intervalo de 45 dias cada.

Olhando para o núcleo da inflação — fator que desconsidera choques temporários — a CIO do Bradesco, Juliana Laham vê que o novo cenário da inflação abre brecha para o corte começar mais cedo.

 

 

Isolando o núcleo, Laham ressalta que a variação de preços desacelerou para 6,72% em maio, contra 7,31% em abril, o 12º mês consecutivo de perda de fôlego.

“Aparentemente, esses dados, a inflação de longo prazo implícita nas curvas cedendo, começamos a ter espaço para antecipar esse movimento [de corte de juros]. As grandes apostas do mercado, após a divulgação desse número, estão ancoradas em agosto”, afirmou a especialista em entrevista ao CNN Mercado.

O banco mantém a projeção de que a Selic encerre 2023 em 12,25% ao ano. Desde agosto do ano passado, o BC estacionou os juros em 13,75%, apesar das constantes críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de parte dos economistas.

Na mesma linha, os analistas do Credit Suisse também reduziu a projeção da taxa básica de juros de 12,5% para 12% ao fim deste ano. A instituição ainda informou ainda que espera um corte na taxa Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), de agosto.

Com opinião semelhante, a equipe de analistas do Goldman Sachs informou em nota que prevê que o pivô da política monetária, ou seja, a atual taxa de juros, se mantenha pelos próximos “dois ou três meses”.

Além dessa previsão para o corte entre agosto e setembro, o banco norte-americano prevê que a Selic continue em trajetória de queda, batendo na casa de 3% no acumulado de 12 meses encerrados em junho.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Perda de fôlego da inflação cria cenário para corte dos juros em agosto, avaliam bancos no site CNN Brasil.

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