Petróleo: Por que corte da Arábia Saudita não está afetando preços?

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Petróleo continua em tendência de queda no curto-prazo, apesar de cortes da Arábia Saudita. (Imagem: REUTERS/Darren Whiteside)

O petróleo opera em baixa nesta sexta-feira (9), encaminhando a segunda semana consecutiva de perdas para a commodity.

Por volta das 16h30, o WTI (referência americana) e o Brent (referência internacional) operavam em queda de 1,65% e 1,39%, respectivamente. Assim, enquanto o óleo padrão dos EUA é negociado a US$ 70, o barril do petróleo tipo Brent tem preço de US$ 75.

A queda das referências relega o corte adicional de 1 milhão de barris por dia (bdp) anunciado pela Arábia Saudita no último domingo.

A decisão foi feita durante a última reunião da Organização dos Países Produtores e Exportadores de Petróleo (Opep), organização sobre a qual a Arábia Saudita exerce liderança.

A princípio, a medida teria vigência temporária data para o mês de julho. Mas o ministério da Energia do principado não descarta a possibilidade de prolongar os cortes, dadas as incertezas para o cenário de demanda por petróleo.

Mas por que o petróleo continua indo na contramão da alta de preços? Na ótica dos investidores da commodity, a possibilidade de recessão e a falta de fôlego da economia chinesa continuam pesando para o pessimismo.

Aumento do preço do petróleo não é sustentável, diz Citigroup

A tese bearish (defensiva) do petróleo no curto-prazo foi exibida em maiores detalhes pelo Citigroup, em uma nota divulgada após a decisão da Opep.

Para o banco de investimento, há inúmeros fatores que atuam contra o corte da Arábia Saudita. São eles:

  • demanda mais fraca;
  • oferta não pertencente à Opep mais forte até o final do ano;
  • possíveis recessões nos EUA e na Europa;
  • e menor crescimento na China podem empurrar os preços para baixo neste ano e em 2024.

“A probabilidade de que a Arábia Saudita resolva isso por conta própria de forma sustentada é bastante baixa”, disse a nota do Citi, recuperada pela Reuters. Analistas do banco preveem que o Brent fique limitado a uma faixa de negociação, com média de US$ 81 para 2023.

O balanço do Citigroup não considera um novo fator, que pode destravar mais oferta de petróleo no mercado internacional, travando os preços. Trata-se do acordo nuclear provisório assinado por Estados Unidos e Irã nesta semana, fato que pode aplacar as sanções econômicas colocadas sobre a exportação de petróleo do país persa.

Previsão de Citi não é unanimidade

O olhar mais defensivo do Citi não é compartilhado por outros bancos. Barclays, Goldman Sachs, UBS e HSBC veem o caminho do petróleo sob um olhar mais altista. Os quatro bancos projetam um preço acima de US$ 92 para o Brent até o fim do ano.

Pelo ângulo dos bancos que creem em um avanço dos preços no segundo semestre, o argumento central é o aprofundamento do déficit de oferta de petróleo — escassez pode chegar a 2 milhões de barris por dia.

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