Quadrilheiros juninos do Nordeste se preparam para as competições de São João

As quadrilhas juninas traduzem, em alto estilo, as raízes da cultura nordestina. São 910, com cerca de 68 mil pessoas cadastradas pela União Nordestina de Entidades de Quadrilhas. Tradição das quadrilhas movimenta as festas juninas no nordeste
A tradição das quadrilhas movimenta as festas juninas no Nordestes, e também a economia da região.
Enquanto as competições não começam, o som que desafia os quadrilheiros do Nordeste é o das máquinas de costura, contra o tempo.
Nessa época, a dedicação dos costureiros costuma ser exclusiva. Só um ateliê de Campina Grande, na Paraíba, atende a quase cem pessoas de uma única quadrilha junina.
“Primeiro, a coordenação da junina decide o tema. A partir do tema, o estilista faz o croqui, aí, com o croqui pronto, vem pra mim para a gente fazer uma peça piloto. Aí. depois que toda a coordenação aprova, é que a gente parte para a produção dos componentes”, explica o costureiro Etiali Nascimento.
Tema, roteiro, cenografia e figurino. Tudo planejado cuidadosamente para as disputas.
“A gente costuma comparar nossas quadrilhas com escolas de samba, não pelas fantasias, mas pelos enredos. A gente se inspira nisso”, afirma o figurinista Ivandro Romão.
E quando chega o momento da apresentação, o espetáculo é grandioso. Vanessa não segurou a emoção ao ver a irmã dançando.
“É muito gratificante estar aqui e ver ela realizando o sonho dela, de tanto esforço, de tanta dedicação, tanta coisa acumulada, e saiu perfeito. Independentemente de qualquer resultado”, diz a estudante.
O turista que nunca viu de perto, quando conhece, fica surpreso. “Eu acho que os detalhes da coreografia, toda a parte de roupa, a alegria que eles passam”, comenta Katia Torres, estudante universitária.
São 910 quadrilhas e quase 68 mil pessoas cadastradas na União Nordestina de Entidades de Quadrilhas, ação que faz dessa umas das expressões culturais mais fortes do Nordeste.
Ao fim de cada apresentação, o sentimento é de orgulho. A missão foi cumprida.
“Quando chega o dia da apresentação, é um momento único. O peito enche de alegria, felicidade, a gente não contém, as lágrimas descem, porque dançar São João é único. Fazer quadrilha, fazer cultura é único. É um amor que não tem fim”, diz Júnior Dultra, quadrilheiro.
O São João é conhecido pela grandeza da festa, pelo forró que atrai multidões, mas são as quadrilhas juninas que traduzem, em alto estilo, as raízes da cultura nordestina.
“É uma joia né? O São João, eu acho, que é a maior joiado nosso estado, da nossa região. E a quadrilha junina faz parte disso, então, para gente, é um grande orgulho trazer isso para o povo”, diz Alex Oliveira, arquiteto.
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