Queimadas poluíram ar de 25 das 26 capitais estaduais do Brasil; veja dados

Incêndio no Parque Nacional fez poluição do ar aumentar 350 vezes em BrasíliaRedação GPS

Em Brasília (DF), uma das principais florestas está pegando fogo desde o dia 14 de setembro, provocando uma camada cinza de fumaça e fuligem que cobre a cidade. Mais de 6% da área do Parque Nacional de Brasília, situado a poucos quilômetros do centro da capital, já foi consumida pelas chamas. O incêndio teve origem criminosa e se alastrou com muita facilidade, às vezes de forma subterrânea, passando por baixo de rios, queimando matas de galeria do cerrado a partir da raiz.

A situação da neblina cinzenta se repete em quase todas as capitais do Brasil. Em Porto Velho (RO), a fumaça tem origem nos grandes incêndios da região amazônica, que sofre com a estiagem e com os efeitos do desmatamento. A taxa de incêndios na floresta dobrou em relação a 2023: foram mais de 30 mil focos de queimada de 1º a 16 de setembro, contra 26 mil em todo o mês no ano passado, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Em Porto Alegre (RS), mesmo sem incêndios locais, os moradores relatam dificuldade de respirar por causa da poluição. Na cidade também já aconteceu o fenômeno da chuva preta, quando as águas da chuva se juntaram à fuligem de queimadas.

De acordo com dados do Copernicus, no dia 13 de setembro a concentração de partículas finas no ar da capital gaúcha chegou a ficar 394% superior à média registrada para setembro entre 2017 e 2023.

Quase todas as capitais com ar poluído

O Copernicus, programa de monitoramento de mudanças climáticas que verifica a qualidade do ar, apontou que de 11 a 18 de setembro praticamente todas as capitais brasileiras tiveram alguma piora em relação aos registros anteriores para o mês. A única exceção foi Teresina, capital do Piauí.

O serviço de monitoramento, pertencente à União Europeia, faz estimativas diárias da qualidade do ar no mundo por observações em satélites.

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A cidade de São Paulo chegou a ser a metrópole com a pior qualidade do ar do mundo na semana passada, com o ápice de 81 microgramas de PM 2,5 (poluentes com diâmetro inferior a 2,5 micrômetros) por metro cúbico no dia 10, de acordo com medição do site suíço IQAir, que usa outra metodologia. O nível considerado seguro pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de apenas 5 microgramas.

Em Campo Grande e outras cidades de Mato Grosso do Sul, o ar chegou a ficar quase 17 vezes mais poluído do que o limite estipulado pela OMS. De acordo com o Copernicus, o ar da cidade chegou a ficar 372% pior que a média no dia 15 de setembro. No Centro-Oeste, a poluição tem origem nos incêndios do Pantanal, além de queimadas na Bolívia, Paraguai e no Norte brasileiro.

Problema para toda a América do Sul

Muito além do Brasil, a América Latina no geral sofre com as queimadas e o tempo seco. De acordo com o Inpe, o continente quebrou o recorde de incêndios anuais no dia 11 de setembro; foram registrados até a data 346,1 mil focos de queimada em todos os 13 países sul-americanos, ultrapassando o recorde registrado para o período em 2007, de 345,3 mil casos.

O Brasil sozinho bateu a marca de 180 mil focos de incêndio em 2024, em mais de 224 mil km² de área queimada até o final de agosto.

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