Com barragem de 30 metros no Rio Acre, Saerb tenta aumentar captação de água em meio à estiagem


Falta de chuvas deixa o manancial cada dia mais seco, alcançando inclusive o recorde histórico de 1,25 metro. Para evitar crise no abastecimento da capital, órgão trabalha em conjunto com a Defesa Civil Estadual e o governo federal. Barragem tem 30 metros de extensão e busca garantir a captação de água em Rio Branco durante seca
Jardel Angelim/Rede Amazônica Acre
O Rio Acre, principal manancial do estado, continua preocupando em razão das quedas constantes e por ter se igualado, nesta sexta-feira (20), à menor cota da história. A falta de chuvas deixa o manancial cada dia mais seco e para evitar uma crise no abastecimento da capital, o Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb), construiu uma barragem bem próxima da captação das bombas da Estação de Tratamento de Água (ETA) II.
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O diretor-presidente do Saerb, Enoque Pereira, informou que já conversou com órgãos públicos sobre essa situação. O gestor alerta que todos os anos o problema fica mais grave e enquanto não for feito um serviço definitivo o problema vai ocorrer.
“Todo ano é pior do que o outro. Esse ano tá sendo o segundo pior em 54 anos. Então, a gente já sabe da gravidade do rio. Isso ocorreu em 2022 e agora em 2024. Os extremos estão muito próximos. Todo ano essa dificuldade vai se agravando. Então, a gente já estava com uma ideia de que isso ia acontecer. A gente se precaveu. Conversamos há dois meses com diversos órgãos pra discutir sobre isso. Eu não posso deixar a cidade sem água por conta de uma legislação”, explicou.
Barragem foi construída na ETA II, em Rio Branco
Jardel Angelim/Rede Amazônica Acre
A barragem possui cerca de 30 metros de extensão. Se o rio continuar baixando, a ideia é aumentar esse aterro até próximo da outra margem. Atualmente, a capacidade de captação da água nas duas ETAs de Rio Branco está em 96%. Por enquanto, não há risco de racionamento.
“Para essa época do ano, se pegar o histórico de anos passados, não chegava nesse volume de água captada e tratada. E hoje a gente está conseguindo aqui das duas ETAs 1.540 litros por segundo”, ressaltou.
Uma equipe do Ministério Público (MP-AC) chegou a visitar esse local para acompanhar a execução dessa medida alternativa. Os recursos para a recuperação e reforma da ETA II ainda não foram liberados. São aproximadamente R$ 17,6 milhões de reais vindos da União, a fim de evitar um colapso no sistema.
Saerb constrói barragens no Rio Acre para aumentar volume de captação de água
Seca no interior
Toda a bacia do Rio Acre apresenta problemas com a estiagem. Em Brasiléia o rio chegou a sua menor cota histórica essa semana, quando marcou 67 centímetros. Outra marca histórica foi registrada em Sena Madureira, no Rio Iaco, que chegou a 34 centímetros.
Segundo a Defesa Civil do estado, nessas regiões, houve uma subida no nível, mas ainda há tendência de vazante nos próximos dias, uma vez que as chuvas intensas só devem ocorrer entre o fim de outubro e início de novembro. Todos os municípios continuam em situação de emergência por conta da seca.
“Foi criado um gabinete de crise com todas as instituições, a gente já foi nos municípios do interior, fizemos articulações com as prefeituras e defesas civis municipais e apoiamos na elaboração do seus planos de trabalho e na solicitação de recursos do governo federal. A própria Defesa Civil solicitou recursos para combater a seca e os incêndios florestais, recursos esses que já foram liberados pelo governo federal”, explicou o coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Carlos Batista.
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