Rio Acre atinge a menor cota histórica em 53 anos de medição


Nível chega a 1,23m, dois centímetros abaixo do recorde anterior, de outubro de 2022. Seca e queimadas são os motivadores. Idosa tenta pegar água no Rio Acre, que está no nível mais baixo da história em 53 anos de medições
Reprodução/TV Globo
O nível do rio Acre atingiu neste sábado (21) a menor cota de medição da história, em Rio Branco.
Era de um certo lugar que a dona Francisca Dias, de 77 anos, tirava água. Mas ele está quase seco. Agora, a água vem de caminhão pipa.
“É para tudo! Para lavar roupa, tomar banho, fazer comida”, explica dona Francisca.
Pelo menos 37 comunidades rurais sem rede de distribuição dependem desse abastecimento feito pela Defesa Civil – cerca de 35 mil pessoas.
O rio Acre é a principal fonte de água em Rio Branco. A Companhia de Água e Esgoto do município montou uma barragem próxima à captação das bombas para evitar o desabastecimento na zona urbana do município.
Essa é a primeira vez que o rio Acre atinge 1,23m na capital acreana em 53 anos de medição. Antes, a cota histórica era de 1,25m, registrada em outubro de 2022.
Andando por onde seria o leito do rio, é possível enxergar ilhas que se formam e revelam muito lixo.
Carlos Alberto Malveira tem um restaurante flutuante no rio Acre há mais de um ano. Está quase encalhando.
“Se a gente não se conscientizar e mudar a forma que a gente pensa, esse rio não vai existir muito tempo que a gente possa estar aqui dentro dele conversando, porque a gente não vai conseguir, porque ele vai se tornar um esgoto a céu aberto”, disse Carlos.
A seca afeta os 22 municípios do Acre. E para piorar, a fumaça das queimadas tomou conta do estado.
Números do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que só nos primeiros 20 dias de setembro o estado já registrou mais de 3 mil focos de queimadas. Segundo plataformas que monitoram a qualidade do ar, Rio Branco chegou a ser a cidade mais poluída do país esta semana.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.