FIESC apresenta proposta para resolver principais gargalos das BRs 101 Norte e 116 em SC

A Fiesc (Federação das Indústrias de SC) apresentou, nessa sexta-feira (20), uma proposta para oferecer mais segurança e resolver os principais gargalos das BRs 101 Norte e 116, nos trechos que cortam Santa Catarina.

BRs 101 Norte e 116 em SC: FIESC apresenta proposta para resolver principais gargalos

Fiesc apresenta proposta para resolver principais gargalos das BRs 101 Norte e 116 em SC – Foto: José Somensi Fotografia/ND

A entidade informou que é favorável à repactuação e extensão do prazo de concessão da BR-101 Norte dentro do modelo sugerido pelo Ministério dos Transportes, mas pondera que o estudo técnico encomendado avaliou que as obras e investimentos propostos são insuficientes para garantir a segurança dos usuários e um nível de serviço adequado ao longo do período estendido de concessão.

“Acreditamos que a renovação do contrato é a melhor solução para SC, nos moldes em que está sendo proposta. No entanto, o estudo mostrou que as obras e melhorias contempladas na proposição não atendem às necessidades dos catarinenses. Isso não invalida a percepção de que a repactuação é benéfica, mas precisamos incorporar nela medidas para elevar a segurança e a melhora nos níveis de serviço da rodovia”, afirmou o presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar.

O estudo encomendado pela Fiesc apontou que vários trechos da BR-101 terão nível de serviço “F” – o pior na escala HCM (Highway Capacity Manual) e que ocorre quando a demanda excede a capacidade da via – muito antes do fim do novo prazo da concessão.

Ainda segundo a Federação, a proposta atual do Ministério dos Transportes, que não resolve os gargalos da BR-101, segundo os estudos da Fiesc, levará a uma falta de capacidade na rodovia e vias laterais que vai resultar em um custo acumulado de R$ 155,7 bilhões para os usuários de 2033 até 2047.

Essa despesa considera custos de combustível, operacionais, de tempo de viagem decorrentes dos congestionamentos ocasionados pela falta de capacidade e custos envolvendo acidentes.

Propostas da Fiesc

Para manter a capacidade da rodovia BR-101 e níveis adequados de segurança até 2048, a Fiesc informou que irá propor uma série de obras a fim de permitir um nível de serviço na categoria “D” da metodologia HCM.

Entre elas estão melhorias e intervenções sugeridas por um engenheiro, como terceiras faixas, vias laterais, melhorias nos entroncamentos, pontes e obras de arte especiais, por ordem de prioridade, conforme as simulações feitas no estudo.

Entidade informou que é favorável à repactuação e extensão do prazo de concessão da BR-101 Norte dentro do modelo sugerido pelo Ministério dos Transportes – Foto: Filipe Scotti – Fiesc/ND

Confira pontos de atenção e a sugestão da Fiesc para otimização dos contratos e melhoria da trafegabilidade e segurança nas duas rodovias:

BR-101 Norte:

  • Incorporação de obras para garantir nível de serviço mínimo na classificação “D” da metodologia HCM.
  • Obras estratégicas no entorno para maior eficiência, de responsabilidade dos municípios ou do governo do estado. Exemplo: ligação da Rod. Antônio Heil com a BR-101 (já incluída no programa Estrada Boa, do governo do estado), melhorias no acesso ao Porto de Itapoá (estrada municipal e rodovias estaduais), corredor portuário de Itajaí (municipal), entre outras.

Fiesc apresentou propostas para a BR-101 Norte – Foto: Maressa Machado/NDTV

BRs 101 Norte e 116:

  • Implantação do pedágio por quilômetro rodado (free flow).Proposta: avaliar impactos na receita da rodovia da adoção do free flow para incorporar mais obras na proposta de repactuação da BR-101(SC)(N) e 116(SC), em ordem de prioridade.
  • Implantação do pedágio variávelProposta: A aplicação do pedágio variável pode ser uma importante ferramenta no combate ao congestionamento. Nesta alternativa, a tarifa base sofre um acréscimo durante os horários de pico, enquanto é reduzida nos horários de subutilização da rodovia. Esta possibilidade incentiva os motoristas a viajarem em diferentes horários, diluindo o tráfego ao longo do dia.
  • Inovação e conectividadeProposta: Implantar sistemas de inteligência de tráfego e garantir conectividade para aumentar a segurança da rodovia. A conectividade permite agilidade na comunicação em caso de emergência. Para as transportadoras, a conexão permitirá que a gestão de frotas seja otimizada, gerando informações como por exemplo localização em tempo real, consumo médio, velocidade, bloqueio de veículos, entre outros.
  • Paramédica motocicleta, ou “motolância”Proposta: Adotar o atendimento rápido e eficiente por meio de “motolâncias” nas ocorrências de acidentes rodoviários, melhorando a assistência aos usuários e diminuindo o tempo de congestionamento, com impactos na eficiência.
  • Preservação de áreas de domínioProposta: Aumentar a fiscalização e elaborar Plano Diretor visando a conservação das áreas lindeiras, a fim de inibir ocupações indesejáveis. Essas ocupações são um dos principais motivos da ineficiência de nossa malha rodoviária, principalmente em áreas urbanas. Além de afetar a segurança da rodovia, a ocupação pode representar aumento de custos e dificuldades para a ampliação de capacidade.
  • Bloqueador de visão de acidenteProposta: adotar o bloqueador de visão para acidentes para evitar redução no fluxo de tráfego causado por curiosos. Em situações de acidentes de trânsito em rodovias, o fluxo é comprometido não somente pelo distúrbio direto causado pelo acidente, mas também pela curiosidade dos motoristas, que reduzem a velocidade para acompanhar a ocorrência.

Rodovia Paralela

A Fiesc também voltou a defender o projeto da rodovia paralela para atender ao crescimento da demanda projetada para as próximas décadas. O presidente da entidade lembrou que o litoral de SC cresce acima da média do estado e também acima da média brasileira.

Para entender os desafios da construção do corredor rodoviário litorâneo norte, o engenheiro e consultor da Fiesc Ricardo Saporiti fez uma análise técnica das obras propostas pelo governo do estado, num trecho que vai de Joinville a Tijucas, com 144 Km.

Para Saporiti, o ponto crítico da ideia da rodovia paralela, até o momento, é que não existe licitação para o projeto de engenharia do trecho que ligaria a nova rodovia ao contorno viário da Grande Florianópolis.

“Sem o segmento de Brusque até o contorno viário, de 44 km, a alternativa para desafogar o trânsito não vai funcionar. O trânsito será direcionado para a rodovia Antônio Heil, gerando mais tráfego no entroncamento dela com a BR-101”.  O consultor lembrou ainda que a estimativa otimista de conclusão das obras seria de quatro anos, levando o prazo para a 2031.

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