Seminário aborda o combate à violência sexual de crianças e adolescentes em Campos RJ

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Evento realizado na Câmara dos Vereadores reuniu profissionais engajados na causa com destaque para à importância das políticas públicas na proteção dos menores. Nesta quinta-feira (18), Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, foi realizado na Câmara dos Vereadores de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, um Seminário no Combate ao Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes para discutir novas e antigas políticas públicas, com as palestras “A autolesão com relação às violências”, com a doutora em Saúde Pública e Pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz, Dra. Patrícia Constantino, e “Rumos da Saúde Mental”, com a médica Thaís Piredda.
A data defende a luta pelos direitos humanos destes indivíduos em todo o território brasileiro e celebra 23 anos de mobilização em 2023.
A violência sexual praticada contra crianças e adolescentes envolve vários fatores de risco e vulnerabilidade quando se trata de relações de gênero, raça/etnia, orientação sexual, classe social, local de moradia (rural ou urbana), geração e condições econômicas, entre outros. E a cidade de Campos, por ter, pelo menos, 50% de sua área rural, encontra desafios ainda maiores de atingir a população que, muitas vezes, não conhece e não tem acesso à informação.
Em Campos, a maior parte dos atendimentos a crianças que sofreram violência, acontece na Baixada Santista, de acordo com a coordenadora do programa FortaleSer, Valéria Peçanha. O equipamento é estruturado com uma equipe multidisciplinar com profissionais de diversas áreas, atuando em caráter preventivo e protetivo, oferecendo atendimento psicoterapêutico, social e psicopedagógico às vítimas e suas respectivas famílias.
As famílias ou os responsáveis recebem um acompanhamento, através dos CREAS e todas necessitam ter uma estrutura emocional para auxiliar essas crianças e os adolescentes.
“A intenção do programa é minimizar os sintomas em que está sofrendo, seja direta ou indiretamente. Não nos cabe investigar, nem julgar, até porque isso fica a cargo do judiciário. É um trabalho de rede, onde várias frentes se juntam para que o problema seja tratado da melhor forma e de maneira sigilosa para preservar sempre a idoneidade do menor e da família”, explicou ela.
Em 2022, o programa já atendeu 125 pessoas, sendo 58 crianças e 67 adolescentes. Desse número, 75% são meninas e 24% de meninos.
O presidente da FMIF, Leon Gomes, garante que esse seminário representa muito para a causa, dentro da cidade de Campos.
“Muitas vezes as pessoas pensam que o debate não muda a realidade, mas essas escutas são ideias que são dadas e que trarão novas formas de lidar com o problema trazendo o que é o principal: soluções possíveis para que haja um resultado, apesar de sabermos que esse resultado não chega do dia para a noite e sim, com muito trabalho e persistência”.
A psicóloga e pesquisadora Pesquisadora do Departamento de Estudos sobre Violência e Saúde da Fundação Oswaldo Cruz, Patrícia Constantino abriu o evento com a palestra que retratou assuntos sobre a autolesão em resposta aos crimes cometidos contra essas crianças e adolescentes e alertou para os sinais que muitas vezes passam despercebidos.
“É preciso qualificar toda a rede que compõe a assistência dessas crianças porque muitas vezes não há a queixa verbalizada, mas há sinais e sintomas que precisam ser detectados para que haja um trabalho multidisciplinar dessas pessoas e de confiança por parte da vítima”.
Na cidade de Campos, são cinco Conselhos Tutelares que atendem demandas de violência sexual contra crianças e adolescentes e ao perceber qualquer sintoma que possa ser resultado de um abuso, é necessário procurar o orgão que atende na sua região. Confira a seguir os telefones de contatos de cada um dos CT’s:
CT I – 22 98829-4368
CT II – 22 98826-4225
CT III – 22 98826-4221
CT IV – 22 98826-4231
CT V – 22 98829-4362
O acompanhamento feito pela equipe do FortaleSer dura, em média, seis meses, mas se houver necessidade, se estende por mais tempo, pois é necessário que a vítima se recupere do trauma. Ao todo, profissionais atendem de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Para mais informações, entrar em contato através do número (22) 98175-0720.
Para quem deseja atendimento através dos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS), o contato pode ser feito pelos números:
CREAS I – 22 98175-1031
CREAS II – 22 98175-0711
CREAS III – 22 98175-0820
Além desses canais, o Disque 100 é um serviço do Governo Federal que recebe denúncias de violação dos direitos humanos contra diversos grupos vulneráveis. Além de registrar os casos, a central também presta informações sobre os direitos da população brasileira. No entanto, a principal função da ferramenta é acolher e encaminhar os casos para as tratativas.
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