Personagem que nem sempre aparece, ajuda a dar vida à lenda secular do Bumba Meu Boi no MA: o miolo

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Na brincadeira um personagem que quem quase ninguém fala é como se fosse a própria alma do boi: o miolo, a pessoa que fica embaixo do boneco que representa a estrela da festa. É ele quem faz o boi dançar. A temporada de festas juninas no Maranhão tem um personagem essencial, mas que nem sempre aparece: o miolo.
Na festa do “Bumba Meu Boi”, que é espetáculo e tradição, tudo encanta o público que lota os arraiais de São Luís.
“É magia, é encanto, é emoção! As músicas, as cortes, tudo”, diz a gerente de produto Nilde Moraes.
“O que encanta são as fantasias, as índias, os vaqueiros, as músicas, as toadas”, completa o gerente de compras Adalberto Filho.
Na brincadeira, no entanto, tem um personagem de quem quase ninguém fala. Mas ele é como se fosse a própria alma do boi: é o miolo, a pessoa que fica embaixo do boneco que representa o principal personagem da festança.
“O miolo do boi dá vida ao personagem principal. Se não tiver o miolo, não acontece a festa”, diz Marcelo Santos, que é montador de móveis e também miolo.
Miolo é quem conduz o boi nas festas do Maranhão
TV Globo/Reprodução
“Ele é o símbolo do boi. Sem ele, quem vai dançar? Sem ele o boi não dança”, comenta o autônomo Leandro Rodrigues Nascimento.
Na roda do boi, os miolos dão o suor para fazer bailar o novilho e manter viva uma lenda secular.

“Isso aqui (mostra o suor) é sentimento. Isso aqui mostra o carinho que a gente tem pela cultura do maranhão”, diz o miolo após fazer a apresentação.
A armação do boi, que também é chamada de capoeira, é feita de madeira leve, como o buriti. Com o bordado cheio de canutilhos e miçangas, e a barra rodada, a estrutura chega a pesar entre 10 e 16 quilos. Isso, no começo da apresentação.
Capoeira do boi recebe a decoração para encantar na apresentação.
TV Globo/Reprodução
“(Do meio para o fim) duplica. Vai duplicando o cansaço da gente também. Mas, chega a ser nada, quando a gente está fazendo com a mor e carinho”, diz o estudante Ycawan Muniz.
No palco, os miolos se revezam na condução do boi durante a apresentação, que dura uma hora. São até quatro apresentações por noite.
“Ele só aparece quando o boi roda, por segundos”, conta Marcelo Santos
Quase sempre conquista o coração da garotada, que quer tocar, tirar fotos ou, até mesmo, ser o miolo.
É o caso do pequeno Moisés que, aos sete anos, dá vida e movimento ao boizinho pelos terreiros juninos do Maranhão há quatro anos. “É uma emoção gigante de apresentar ao público como é o São João de verdade”, diz ele.
E quando se vê a alegria de miolos como Otávio, Moisés e tantas outras crianças, alimenta a esperança de que a magia dessas festas seguirá pelos arraiais do Maranhão.
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