Lula usa “gravata da sorte” em discurso na ONU

Pelo segundo ano seguido, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolheu sua “gravata da sorte” para subir na tribuna da Assembleia Geral da ONU e fazer o tradicional discurso de abertura.

O acessório nas cores da bandeira do Brasil costuma ser escolhido pelo petista como um amuleto em ocasiões especiais e é usado pelo menos desde 2009.

No ano passado, ele também escolheu a gravata que tem listras verdes e amarelas em um fundo azul para fazer o discurso na ONU.

Lula também já usou a mesma gravata durante agendas oficiais no exterior em encontros com os presidentes da China, Xi Jinping, e dos Estados Unidos, Joe Biden.

Durante a última campanha presidencial, Lula contou, em entrevista ao Flow, a história da gravata verde e amarela.

O petista disse que a vestimenta foi um presente que ganhou para usar na cerimônia em que o Comitê Olímpico Internacional (COI) escolheu a cidade do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas de 2016.

O evento ocorreu em outubro de 2009 em Copenhague, na Dinamarca.

Discurso de Lula

Durante 18 minutos de discurso, o presidente brasileiro adotou um tom reformista e não poupou críticas à ONU.

“Estamos chegando ao final do primeiro quarto do século XXI com as Nações Unidas cada vez mais esvaziada e paralisada. É hora de reagir com vigor a essa situação, restituindo à Organização as prerrogativas que decorrem da sua condição de foro universal”, afirmou Lula.

O presidente também criticou a atuação internacional em relação aos conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio.

“Na Ucrânia, é com pesar que vemos a guerra se estender sem perspectiva de paz. O Brasil condenou de maneira firme a invasão do território ucraniano. Já está claro que nenhuma das partes conseguira atingir todos os seus objetivos pela via militar”, comentou.

Sobre a guerra no Oriente Médio, o petista ressaltou que a crise humanitária vivida na Faixa de Gaza e na Cisjordânia e que agora se expande para o Líbano.

“Em Gaza e na Cisjordânia, assistimos a uma das maiores crises humanitárias da história recente, e que agora se expande perigosamente para o Líbano. O que começou como ação terrorista de fanáticos contra civis israelenses inocentes, tornou-se punição coletiva de todo o povo palestino. São mais de 40 mil vítimas fatais, em sua maioria mulheres e crianças. O direito de defesa transformou-se no direito de vingança, que impede um acordo para a liberação de reféns e adia o cessar-fogo”, afirmou.

Lula também reforçou a principal bandeira da presidência brasileira no G20 neste ano de 2024: a aliança global contra fome e mencionou as situações adversas vividas pelo Brasil com as enchentes no Rio Grande do Sul, a seca no norte do país e os incêndios Brasil afora ao falar sobre riscos climáticas.

“No sul do Brasil tivemos a maior enchente desde 1941. A Amazônia está atravessando a pior estiagem em 45 anos. Incêndios florestais se alastraram pelo país e já devoraram 5 milhões de hectares apenas no mês de agosto. O meu governo não terceiriza responsabilidades nem abdica da sua soberania. Já fizemos muito, mas sabemos que é preciso fazer mais”.

O presidente brasileiro afirmou ainda que o planeta já não espera para cobrar da próxima geração e está farto de acordos climáticos não cumpridos.

“Está cansado de metas de redução de emissão de carbono negligenciadas e do auxílio financeiro aos países pobres que não chega. O negacionismo sucumbe ante as evidências do aquecimento global”, completou.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Lula usa “gravata da sorte” em discurso na ONU no site CNN Brasil.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.