Marisa enfrenta crise e fechará 91 lojas, com aproximadamente 20 profissionais em cada unidade

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Depois que credores entraram com uma ação judicial buscando a falência da Marisa, a empresa divulgou que fechará 91 lojas em todo o país, como parte de seus esforços para reequilibrar sua situação financeira.

Marisa vai fechar 91 unidades

A rede de lojas Marisa anunciou, em balanço do primeiro trimestre de 2023, que a empresa vai fechar 91 unidades. O custo do processo será de cerca de R$ 62 milhões – Foto: Marisa/Vitor Reis Primo/Divulgação/ND

A empresa de varejo declarou que as lojas selecionadas têm consistentemente gerado fluxo de caixa negativo e que essa decisão faz parte do Programa de Eficiência Operacional.

Segundo a empresa, 51 dessas lojas já encerraram suas operações e as outras 40 fecharão nos próximos meses. Cada loja da varejista emprega, em média, 20 funcionários.

Marisa espera um aumento financeiro com a ação

A Marisa espera que essa ação resulte em um aumento de R$ 62 milhões em seu Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em uma base anual. Os credores que estão buscando reverter seus prejuízos na Justiça afirmam que as dívidas da empresa ultrapassam R$ 882 mil.

A Marisa possui débitos com a MGM Comércio de Acessórios de Moda, no valor de R$ 363.562,44; com a Plasútil Indústria e Comércio de Plásticos, no valor de R$ 173.501,42; e com a Oneflip Indústria e Calçados, no valor de R$ 345.733,98.

 Especialista explica por que grandes redes estão fechando lojas

Lawrence Santini Echenique, sócio-fundador da ASAP Documentos, integrante da Corpservices, explica número envolve custos trabalhistas, com imóveis e impostos. O especialista, que realiza assessoria paralegal de grandes empresas do varejo, conta que teve um aumento de cerca de 30% no número de fechamento de empresas atendidas entre janeiro e abril de 2023 em relação ao mesmo período no ano anterior.

Echenique defende que um dos principais motivos para esse movimento são os juros altos e forte concorrência dos sites varejistas, inclusive os chineses, que têm trazido dificuldades para o setor.

“O fechamento de empresas em 2023 já era um fenômeno esperado, pois com o aumento dos juros, o dinheiro acaba ficando mais caro. Nesse processo, o varejo e comércio estão sendo os setores mais atingidos. Especificamente em relação ao varejo, como a maioria das empresas vende a prazo, com os juros mais altos, as parcelas acabam ficando mais elevadas, o que ‘espanta’ os consumidores”, afirma Lawrence.

Ainda segundo ele, a pandemia também teve uma parcela de culpa.

“Além disso, a pandemia forçou muitas pessoas a mudarem seus hábitos de consumo, incluindo uma mudança para compras online. Os varejistas tiveram que se adaptar rapidamente a essas mudanças para atender as novas necessidades dos consumidores. A pandemia também aumentou os custos para os varejistas, incluindo custos de transporte e armazenamento, impactando diretamente as empresas”, explica.

Concorrência dos sites chineses acentuou as dificuldades já enfrentadas – Foto: Ramon López Calvo/Pixabay/ND

“Além do mais, a forte concorrência dos sites chineses acentuou ainda mais as dificuldades já enfrentadas”, finaliza Lawrence Santini Echenique, sócio-fundador da ASAP Documentos, integrante da Corpservices.

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