Programa de conservação registra mais de 100 nascimentos e comemora sucesso na reprodução de espécies ameaçadas

Com destaque para a arara-azul-de-lear e a perereca-pintada-do-rio-pomba, o CECFau realiza atividades de reprodução e pesquisa para preservar a diversidade genética e reintroduzir animais na natureza, contribuindo para a proteção da fauna paulista. Perereca pintada é o animal mais ameaçado de extinção que vive no centro
Flávio Augusto Torres/Arquivo pessoal
Um dos mais importantes aliados da preservação da fauna paulista está em Araçoiaba da Serra, no interior de São Paulo. Desde 2015, o Centro de Pesquisa e Conservação de Fauna do Estado de São Paulo (CECFau), tem realizado atividades de manutenção, reprodução e pesquisa que resultaram no registro de 149 nascimentos de filhotes.
Um dos destaques do CECFau é a reprodução da arara-azul-de-lear, uma espécie exclusivamente brasileira encontrada naturalmente no bioma Caatinga, na Bahia. Essa espécie é classificada como “Em Perigo (EN)” na lista nacional de animais ameaçados de extinção.
O casal de araras conhecido como Lindsay e Francês é responsável pelo nascimento de 17 filhotes desde 2018, sendo os dois últimos nascidos em fevereiro deste ano.
Além da arara-azul-de-lear, outra espécie ameaçada que recebe atenção no centro é a perereca-pintada-do-rio-pomba. Segundo Giannina Piatto Clerici, assessora técnica do CECFau, essa espécie é a mais ameaçada de extinção que vive no centro e não é encontrada em nenhuma outra instituição.
“A gente precisava ter uma reserva porque ela ocorre em uma área privada e que não é protegida, se acontece alguma coisa, a espécie é extinta,” diz em entrevista ao g1.
Assim como a arara e a perereca pintada, o sagui-da-serra-escuro, o mico-leão-preto, o mico-leão-de-cara-dourada e o tamanduá-bandeira são animais que participam do projeto de conservação e reprodução.
“Todas as espécies que mantemos são ameaçadas e temos sucesso com todas que estão dentro dos programas reprodutivos”, explica.
Sagui-da-serra-escuro é uma das espécies que participam do projeto no CECFau
CECFau/Divulgação
Projeto de sucesso
Devido ao risco de extinção, principalmente, em decorrência do desmatamento e da expansão urbana, o objetivo principal do projeto, segundo a Fundação Parque Zoológico de São Paulo, é consolidar a diversidade genética das espécies ameaçadas de extinção.
Isso envolve reproduzir os animais em cativeiro e, posteriormente, reintroduzi-los na natureza, garantindo a continuidade de suas linhagens e reduzindo o risco de extinção.
Em 2013, o Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade (ICMBio) aprovou o recolhimento de alguns indivíduos para a reprodução em populações de reserva mantidas em cativeiros.
“A gente teve sucesso na reprodução, hoje temos 100 indivíduos e só a gente conseguiu esse feito. Agora, vamos elaborar um protocolo e difundir isso com outras instituições,” comemora Giannina.
De acordo com a especialista, a reprodução em cativeiro de qualquer espécie ameaçada é o reforço no número de animais na fauna local, seja em ambientes controlados ou na própria natureza.
“No caso da arara, a importância também é que a gente manda os indivíduos para a soltura, para um reforço populacional. Ou seja, para ajudar a aumentar a população na Bahia que foi drasticamente reduzida por causa da perda de habitat e tráfico ilegal. Então, a gente contribui dessas duas formas,” completa.
Casal de de arara-azul-de-lear já tiveram 17 filhotes desde 2018.
CECFau/Divulgação
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