Amapá registra 14 mortes de crianças por Síndrome Respiratória Grave; 120 estão internadas

Nesta terça-feira (20) um bebê de 8 meses não resistiu ao agravamento da doença e morreu no HCA, em Macapá. Entrada do Pronto Atendimento Infantil, em Macapá
Jorge Abreu/Arquivo g1
Um bebê de 8 meses, natural de Macapá, foi a décima quarta vítima com menos de 6 anos a morrrer com suspeita de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Amapá. O óbito foi confirmado pelo último boletim do governo do Estado publicado nesta quarta-feira (21).
Ainda segundo o boletim, 120 crianças seguem internadas no Pronto Atendimento Infantil (PAI) e no Hospital da Criança e do Adolescente (HCA), ambos em Macapá. Destas, 91 estão em leitos clínicos e 29 em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
Desde o início do surto de gripe e a decretação de estado de emergência em saúde pública, no dia 13 de maio, 14 crianças de até 6 anos morerram nas duas unidades de saúde do estado.
Com 91,4% do público-alvo imunizado, AP é o único estado a alcançar meta de vacinação contra gripe
Leito do HCA, unidade de referência em atendimento infantil no estado
Arquivo/Secom
Vírus sincicial e influenza
O governo decretou situação de emergência em saúde pública no dia 13 de maio, após um enorme crescimento de internações e busca por atendimentos na rede pública. Desde o início do surto, 13 crianças menores de 6 anos já morreram.
Segundo a Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS), a SRAG é causada principalmente pelos vírus sincicial e influenza.
O vírus sincicial respiratório (VSR) esteve presente em 30% dos casos de doenças respiratórias registradas no Brasil nos primeiros meses de 2023. Os dados do Ministério da Saúde, coletados e monitorados pela iniciativa Infogripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mostram uma mudança de padrão na circulação do VSR, um vírus muito transmissível e bastante perigoso.
Conhecido por ser o “vilão” da temporada outono e inverno, ele aparecia pouco nos meses mais quentes, mas o comportamento mudou nos últimos anos.
Os sintomas são parecidos como os de um resfriado comum: febre, tosse, espirros, coriza e mal-estar.
Em adultos com imunidade elevada e boas condições de saúde, eles desaparecem em poucos dias.
Mas, entre os pequenos e os mais velhos, a infecção pode evoluir e atingir brônquios, alvéolos e pulmões, o que pode ser fatal. Entre os sinais, estão febre alta, muita tosse e, principalmente, dificuldade para respirar.
Mortes
Os óbitos foram detalhados em um novo boletim do governo:
13 de maio – menina de 2 anos de idade (Macapá)
14 de maio – menino de 4 anos (indígena de Pedra Branca do Amapari)
15 de maio – menina de um mês de vida (Tartarugalzinho)
17 de maio – menina de três meses de vida (Macapá)
20 de maio – menino de 8 meses de vida (Macapá)
20 de maio – menino de 2 meses de vida (Macapá)
29 de maio – menina de 10 meses de vida (Porto Grande)
30 de maio – menina de 5 meses (Macapá)
1 de junho – menino de 3 meses de vida (Santana)
1 de junho – menino de 2 meses de vida (Macapá)
5 de junho – menino de 5 meses de vida (Macapá)
12 de junho – menino de 4 meses de vida (Pedra Branca do Amapari)
16 de junho – menina de 4 anos de idade (natural de Tartarugalzinho)
20 de maio – menino de 8 meses de vida (natural de Macapá)
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