PF prende 9 pessoas e destrói serrarias e fornos abastecidos por madeira extraída ilegalmente em terras indígenas no Maranhão

A Araribóia é a maior terra indígena do estado; ocupa uma área de mais de 410 mil hectares, onde vivem quase de 10 mil indígenas Guajajara e Awá Guajá. PF prende nove pessoas durante operação contra extração ilegal de madeira no MA
A Polícia Federal prendeu nove pessoas e destruiu serrarias e fornos abastecidos por madeira extraída ilegalmente em terras indígenas no Maranhão.
A Operação Araribóia Livre envolveu agentes da Polícia Federal, Ibama e ICMBio do Maranhão e mais quatro estados. Os agentes apreenderam o equivalente a 45 caminhões carregados de madeira extraída ilegalmente.
A força tarefa fiscalizou e autuou em flagrante 45 serrarias, movelarias e carvoarias nos municípios de Grajaú, Amarante do Maranhão e Arame, área de abrangência da Terra Indígena Araribóia.
A Araribóia é a maior terra indígena do Maranhão, na transição entre o Cerrado e a Amazônia. Ocupa uma área de mais de 410 mil hectares, onde vivem quase de 10 mil indígenas Guajajara e Awá Guajá. Os agentes destruíram 177 máquinas e caminhões usados no beneficiamento e transporte da madeira e explodiram fornos das carvoarias.
A destruição de equipamentos durante operações de fiscalização é prevista por lei desde 1998 e regulamentada por decreto em 2008.
Os agentes prenderam oito em flagrante e cumpriram um mandado de prisão preventiva de um suspeito que era procurado em outra operação, no início de 2023. Os investigados poderão responder por crimes de receptação qualificada e por armazenamento de madeira sem comprovação de origem.
O valor das multas aplicadas chega a quase R$ 17 milhões.
“Trata-se da terceira ação da Polícia Federal executada na região, no ano de 2023, o que vem refletindo na redução no número de alertas de desmatamento, em comparação a 2022, caiu mais da metade. Outras ações continuarão sendo executadas nos próximos meses”, afirma o delegado da PF Daniel Alves.
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