Governadores dizem que combate a organizações criminosas exige inteligência e dados unificados

Presidente Lula se reúne hoje com estados para debater PEC da Segurança Pública. Proposta do governo é mudar Constituição para tornar forças de segurança mais integradas. Governadores vão se reunir nesta tarde (31) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, para debater o maior desafio atual do país: como fazer frente ao crescimento das organizações criminosas?
O ministro Ricardo Lewandowski, da Justiça e Segurança Pública, apresentou uma PEC que muda a Constituição e prevê uma atuação federal integrada com estados contra o crime.
Governadores dizem que, para a medida funcionar, dois pontos são cruciais: investir em inteligência e unificar dados das polícias.
O investimento nos serviços de inteligência é essencial para frear o crime antes de concretizar grandes ações. Isso, porque as organizações criminosas hoje atuam em várias atividades legais – e usam essas atividades para lavar o dinheiro do crime.
É preciso quebrar essa estrutura, dizem especialistas, antes que ela fique maior que o próprio Estado.
Mais: é preciso unificar os dados das polícias, incluindo dados de inteligência e investigação, para fazer frente ao caráter interestadual e até transnacional dessas redes de criminosos.
Quadrilhas que antes atuavam num estado só vêm se espalhando Brasil afora, ganhando força, logística e estrutura. E isso acontece com uma certa facilidade porque um estado não “conversa” com o outro sobre os criminosos e os seus tentáculos.
Projeto que torna segurança pública mais integrada será apresentado aos governadores
Sistema nacional de informações
Ciente disso, o minstro Lewandowski prevê na PEC um sistema nacional unificado e padronizado de informações de segurança pública, como boletins de ocorrência, atestados de antecedentes criminais e mandados de prisão.
De acordo com o ministro, essa integração pode dar mais agilidade às investigações.
Segundo fontes ouvidas pela TV Globo, a discussão da PEC voltou a ganhar força após tiroteios como o da semana passada no Complexo de Israel, no Rio de Janeiro.
Nesta quinta, Lewandowski quer apresentar e discutir ponto a ponto do texto com os governadores, integrantes do Judiciário, do Congresso e do governo federal.
Por se tratar de uma mudança na Constituição, a proposta precisa de votação de ampla maioria em dois turnos na Câmara e no Senado.
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