Apneia do sono aumenta o risco de demência especialmente em mulheres, segundo pesquisa

Dormir mal ou não descansar à noite se tornou um problema de saúde cada vez mais comum. Quando essa condição está relacionada a um distúrbio subdiagnosticado, como a apneia do sono, ela não deve ser ignorada, pois pode contribuir para o desenvolvimento de demência em adultos, especialmente mulheres. Esse é o alerta de um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, publicado recentemente na revista científica Sleep Advances.

O estudo analisou dados de inquéritos e exames cognitivos de mais de 18.500 adultos para investigar o impacto da apneia obstrutiva do sono, diagnosticada ou suspeita, no risco de demência.

Dormir mal a noite se tornou um problema frequente  – Foto: Reprodução Vídeo

O que é a apneia do sono?

A apneia obstrutiva do sono é um distúrbio crônico caracterizado por pausas na respiração durante o sono, o que afeta a oxigenação do cérebro e pode prejudicar a saúde a longo prazo.

No Brasil, estima-se que cerca de 30% da população sofra desse problema, cujos efeitos incluem a elevação do risco de doenças cardiovasculares e declínio cognitivo. Para pessoas com 50 anos ou mais, ter apneia do sono aumenta a probabilidade de apresentar sinais de demência.

Apneia do sono é um distúrbio crônico caracterizado por pausas na respiração – Foto: Reprodução/ND

O estudo

Entre as idades analisadas, as mulheres com apneia do sono mostraram ser mais propensas do que os homens a serem diagnosticadas com demência, sendo que esse risco aumenta após a menopausa, provavelmente devido à queda nos níveis de estrogênio.

A neurologista Dra. Tiffany J. Braley, líder do estudo, ressalta que essas descobertas trazem novos insights sobre o impacto de distúrbios do sono na saúde cognitiva a longo prazo. Outros fatores de risco modificáveis, como doenças cardiovasculares e transtornos de saúde mental, podem ser agravados pela apneia não tratada, o que destaca a importância do diagnóstico precoce.

Demência pode ser vista em mulheres após a menopausa e que sofrem do distúrbio do sono – Foto: Freepik/ND

Contudo, o estudo observa que, para comprovar definitivamente a relação de causa entre apneia do sono e demência, seria necessário um estudo ao longo de vários anos, comparando os efeitos do tratamento da apneia com a ausência de tratamento.

Até que isso seja possível, os pesquisadores recomendam que tanto médicos quanto pacientes considerem a apneia obstrutiva como um fator de risco a ser tratado para evitar o declínio cognitivo e proteger a saúde mental.

 

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