Suspeito de atacar jovem com 15 facadas se entrega à polícia no interior do Acre


Vandernilson Rosas da Silva segue à disposição da Justiça desde essa quinta-feira (31). De acordo com testemunhas, jovem foi atraída por ele com o pedido de levar o filho dos dois até ele, e acabou sofrendo um ataque brutal. Crime ocorreu em Tarauacá. Adriely Araújo Silva, de 18 anos, levou 15 facadas do ex-namorado
Arquivo pessoal
Vandernilson Rosas da Silva, de 25 anos, suspeito de esfaquear 15 vezes a jovem Adriely Araújo Silva, de 18 anos, dentro de um comércio em Tarauacá, no interior do Acre, se entregou nessa quinta-feira (31). A informação foi confirmada pela Polícia Civil do município.
De acordo com a mãe de Adriely, ela segue se recuperando. Ao g1, ela informou que a equipe médica utiliza um dreno para retirar o sangue do pulmão da jovem, que foi perfurado. A expectativa é que com o equipamento não seja preciso ela passar por cirugia.
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Suspeito se apresentou à delegacia de Tarauacá, no interior do Acre
Polícia Civil
Ainda segundo a polícia, o suspeito segue à disposição da Justiça.
“Esse caso ressalta a gravidade dos crimes de violência contra a mulher no estado, e a Polícia Civil reafirma seu compromisso em agir rapidamente para proteger as vítimas e garantir que a justiça seja feita”, disse o delegado Ronério Silva.
‘Minha filha não merecia isso’
A mãe de Adriely, que pediu para não ser identificada, disse que não estava no local quando a filha foi atacada, mas que testemunhas relataram a ela que o suspeito, ex-namorado da vítima, agiu motivado por ciúmes.
De acordo com a mãe, eles não estavam mais juntos, mas dividem os cuidados com o filho deles, de 4 anos. Nessa terça, Silva pediu à irmã dele para que ligasse para Adriely e pedisse que ela levasse a criança à casa dele.
Ela atendeu o pedido e foi levar a criança. Nesse momento, o suspeito começou a questioná-la.
“Quando ela chegou lá, ele começou a falar várias perguntas pra ela. Que tinham dito pra ele que ela estava ficando com outro, e pedindo pra ela voltar pra ele. Ela dizia que não queria mais ele, porque já estava com tantos meses separados e não dava mais certo. Aí ele começou a dizer que ela estava ficando com outro, que tinham dito pra ele. E aí ela disse que não, que não ficava com ninguém, não saia nem de casa. E aí ele disse: ‘eu vou te matar, sua desgraçada, porque se tu não for minha não é mais de ninguém’. […] Então, o que ele fez foi muito errado com a minha filha, a minha filha não merecia isso”, relatou.
Adriely foi vítima de tentativa de feminicídio no interior do Acre
Arquivo pessoal
Imagens feitas por câmeras de segurança e testemunhas mostram quando ele, ainda segurando a arma do crime, tenta fugir a nado pelo Rio Tarauacá. (Veja vídeo mais abaixo)
Ainda na terça, uma outra parente da vítima que não quis se identificar, também contou à Rede Amazônica que Adriely recebeu a ligação do suspeito que pediu que ela levasse o filho que os dois tem juntos até ele e que o ataque aconteceu neste momento.
“O menino correu e ela correu para dentro do comércio que tem perto da casa dele. Ela correu e entrou no banheiro, só que não deu tempo para conseguir fechar a porta. Aí ele começou a furar ela. O senhorzinho [dono do comércio] ficou do lado pedindo pra ele parar”, disse a parente.
Agora, segundo a mãe da jovem, a família espera por justiça. Nesta quarta-feira (30), o suspeito ainda é procurado pela polícia. Ela espera que Silva seja encontrado e pague pelo crime que quase tirou a vida da jovem.
“Eu quero justiça, eu quero que a justiça seja feita, porque eu quero que ele pague por isso. Porque a minha filha é tudo na minha vida, o que seria de mim se ela tivesse morrido? Eu amo a minha filha, eu quero justiça. Ela foi socorrida, então, rapidamente, trazida aqui para o Próximo Socorro de Cruzeiro do Sul, em um avião, em uma UTI. A polícia já está à procura dele, né, e já andaram por vários cantos atrás dele, já espalharam fotos dele nas redes sociais. E eu creio que em breve ele vai ser preso. Ele vai pagar por tudo isso que ele fez lá dentro da cadeia, porque é isso que ele merece”, acrescentou.
Vídeo mostra suspeito de tentativa de feminicídio, no interior do AC, fugindo nadando
Vítima lutou com suspeito
A filha do comerciante, que também não quis se identificar, disse que o pai ficou sem reação ao ver o homem esfaqueando a vítima no local. Ainda de acordo com o relato do homem, a jovem lutou muito para sobreviver ao ataque.
“Ela lutou com ele. O pai disse que se ela tivesse sido ‘mais mole’, ele teria matado ela. Ela lutou com ele mesmo, ela se defendia do jeito que podia das facadas. Meu pai disse que nunca tinha visto uma coisa daquela. Foi muito triste, ela pedindo socorro, e meu pai só podia pedir pra ele não matar ela. Era a única coisa que ele podia fazer, porque ele não ia se agarrar com ele”, explica ela.
Ao g1, a polícia disse que foi notificada do crime através de um grupo de mensagens por celular. Conforme o boletim de ocorrência, os policiais decidiram ir ao local informado e ao chegarem, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), tinha acabado de sair do local com a vítima que estava em estado crítico.
Os agentes foram informados pela equipe médica que a vítima estava na sala de emergência passando por cirurgia. Adriely sofreu perfurações nas costas, braços e pescoço e o suspeito teria tentado decapitá-la.
Os investigadores em conversa com a irmã do suspeito, receberam a informação de que ele possivelmente teria ido à casa de outra irmã que mora no bairro Ipepaconha, após pular no rio.
Já a jovem deve ser encaminhada ao Hospital Regional do Juruá, em Cruzeiro do Sul. A administração confirmou a ida de Adriely, porém não soube precisar a hora que ela deve chegar.
CANAIS DE AJUDA PARA CASOS DE VIOLÊNCIA
A PM do Acre disponibiliza os seguintes números para que a mulher peça ajuda:
(68) 99609-3901
(68) 99611-3224
(68) 99610-4372
(68) 99614-2935
Veja outras formas de denunciar:
Polícia Militar – 190: quando a criança está correndo risco imediato;
Samu – 192: para pedidos de socorro urgentes;
Delegacias especializadas no atendimento de crianças ou de mulheres;
Qualquer delegacia de polícia;
Disque 100: recebe denúncias de violações de direitos humanos. A denúncia é anônima e pode ser feita por qualquer pessoa;
Profissionais de saúde: médicos, enfermeiros, psicólogos, entre outros, precisam fazer notificação compulsória em casos de suspeita de violência. Essa notificação é encaminhada aos conselhos tutelares e polícia;
WhatsApp do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos: (61) 99656- 5008;
Ministério Público;
Videochamada em Língua Brasileira de Sinais (Libras) (https://atendelibras.mdh.gov.br/acesso)
VÍDEOS: g1
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