Local onde ocorria salto radical que matou jovem de SC não era divulgado por empresa

Imagine contratar uma excursão para um salto radical e só descobrir onde irá saltar na véspera da viagem. Pois foi exatamente o que aconteceu com o grupo onde estava a jovem Jussara de Oliveira, de Araquari, no Norte de Santa Catarina, que morreu após um acidente no domingo (3) quando saltou de rope jump na região metropolitana de Curitiba (PR).

Acidente aconteceu no Parque Lagoa Azul – Foto: RIC/Reprodução/ND

Nas redes sociais da empresa Ojheik, que vende os pacotes para as excursões de aventura, as publicações apenas fazem referência à “lagoa”, onde os saltos acontecem. A “lagoa” é o Parque Ecológico Lagoa Azul, que fica em Campo Magro (PR).

Segundo uma testemunha que estava no grupo e preferiu não se identificar, o local exato onde o salto ocorreria só foi informado na véspera da viagem. “Foi poucas horas, na noite anterior, que a gente soube o nome do local. Chegamos lá, eles dividiram em duas equipes, uma ia pular no começo da manhã, por volta das 10h, e a outra equipe às 13h30. Nós ficamos na parte da tarde”, conta.

 

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De acordo com a prefeitura de Campo Magro, o local onde o salto radical ocorreu estava interditado. A reportagem do portal ND Mais procurou a empresa que realizava as excursões e questionou se os responsáveis tinham conhecimento da interdição, mas não houve resposta sobre a pergunta. A única manifestação foi por meio de uma nota, na qual a empresa afirma que está à disposição das autoridades. Confira a íntegra:

“A empresa Ojheik Rolês lamenta profundamente o acidente ocorrido no último domingo (03.11.2024) no Parque Ecológico Lagoa Azul, em Campo Magro, na Região Metropolitana de Curitiba/PR, e informa que presta seu apoio e solidariedade à família da vítima. Além disso, esclarece que a empresa e seus funcionários estão ao dispor das autoridades competentes para eventuais esclarecimentos sobre as circunstâncias do acidente”.

Responsáveis por salto radical silenciam em depoimento

De acordo com a Polícia Civil, porém, a atitude dos responsáveis pelos saltos durante o depoimento foi bem diferente do afirmado na nota encaminhada ao Grupo ND. “Tanto o instrutor que estava lá em cima na plataforma, quanto o responsável pelo evento e um funcionário que estava ali trabalhando na parte do lago ficaram em silêncio”, afirmou o delegado Ivan Silva.

Ainda conforme o delegado, esta não é a primeira vez que um acidente é registrado no Parque Ecológico de Campo Magro. Ele diz, porém, que “tudo precisa ser analisado com muita calma, muita cautela”.