A Casa Branca no primeiro mandato de Trump era disfuncional, diz diretor da Eurasia ao WW

O cenário político nos Estados Unidos pode sofrer uma mudança significativa com o retorno de Donald Trump à Casa Branca. A avaliação é do cientista político Christopher Garman, diretor-executivo para as Américas do grupo Eurasia, consultoria e análise de risco político, em participação no WW nesta quarta-feira (6).

Garman avalia que Trump entrará em seu segundo governo “com menos freios do que no primeiro”. O analista ressalta que, diferentemente de sua primeira administração, o republicano agora teria uma equipe mais preparada e alinhada com suas ideias.

“Quando Trump entrou no primeiro mandato, é importante lembrar que ele não tinha uma equipe pronta, ele escolheu várias lideranças dentro do Partido Republicano. Então, quando ele fez várias propostas — e há muitos bons relatos dentro da Casa Branca no primeiro governo dele — é de que era uma Casa Branca disfuncional. Havia assessores no gabinete que ficavam temerosos com propostas do presidente.”

Lições aprendidas e mudanças no Partido Republicano

O diretor da Eurasia destaca que Trump aprendeu com as experiências de seu primeiro mandato, especialmente no que diz respeito a lidar com a burocracia em Washington.

“O Trump saiu muito frustrado desse primeiro mandato, e hoje não tem nenhum debate no Partido Republicano de se o trumpismo é bom para o partido ou não. Existe um caminho, e é o trumpismo”, afirma Garman.

Ele também observa uma transformação significativa nos republicanos. Segundo Garman, parlamentares que se opuseram a Trump no passado “pagaram um preço muito alto”, levando a uma maior conformidade com as ideias do presidente eleito.

Garman cita como exemplo a mudança de postura do vice-presidente eleito, JD Vance, que passou de cético a um “grande fã” seguindo o “script do trumpismo”.

Uma Casa Branca mais alinhada

“Nós vamos ter uma Casa Branca mais perene, mais fiel ao Trump, com menos restrições”, prevê Garman. Ele argumenta que Trump escolherá pessoas mais leais para compor sua equipe, evitando os conflitos internos que caracterizaram seu primeiro mandato.

Embora a burocracia americana ainda possa representar um desafio, Garman alerta para a possibilidade de Trump reduzir ou eliminar postos de carreira, substituindo-os por aliados. Tal medida, no entanto, poderia enfrentar obstáculos judiciais, adicionando uma camada de complexidade à governança de Trump.

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