Homem que matou a ex com dois tiros na frente das filhas é condenado a mais de 19 anos de prisão no AC


Gabriel Lima de Almeida teve a pena definitiva estabelecida em 19 anos e 6 meses de reclusão, além de multa. Homem se entregou à polícia logo após o crime, em maio de 2023, e estava preso desde então. Luzivânia Araújo foi assassinada na frente das filhas de 7 e 4 anos. Gabriel Lima de Almeida matou com disparos de arma de fogo, Luzivânia Araújo Freitas
Arquivo pessoal
A 2ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco e Auditoria Militar decidiu, na última terça-feira (5), que Gabriel Lima de Almeida é o culpado por matar, com disparos de arma de fogo, na frente das filhas, a ex-companheira Luzivânia Araújo Freitas. A sentença foi proferida assinada pelo juiz Alesson José Santos Braz.
A pena definitiva do homem, levando em consideração as qualificadoras, foi definida em 19 anos e 6 meses de reclusão e multa. A condenação deve ser cumprida inicialmente em regime fechado.
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Na resolução, foram adicionadas três qualificadoras que são:
o uso de recurso que dificultou a defesa da vítima;
do motivo torpe [crime que é moralmente reprovável, repugnante, vergonhoso e desprezível] e;
do feminicídio [violência doméstica e familiar e/ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher].
Gabriel também foi condenado por adquirir e manter em sua guarda ilegalmente, sem autorização das autoridades, a arma de fogo de uso permitido. Desta forma, ainda no documento, foi determinado que Gabriel seja transferido para a ala de presos sentenciados.
Entenda o caso
Luzivânia Araújo foi morta pelo ex-companheiro na frente das filhas
Arquivo pessoal
Luzivânia Araújo foi assassinada com dois tiros na cabeça dentro de casa e na frente dos dois filhos, de 7 e 4 anos, em maio do ano passado. Gabriel Lima de Almeida, 25 anos, que foi preso, por ser o principal suspeito a época.
O crime ocorreu na Rua 20 de Julho, no bairro Plácido de Castro, região da Baixada da Sobral. Conforme a Polícia Militar do Acre (PM-AC), a vítima estava deitada com os dois filhos em uma cama quando o autor entrou na casa e efetuou dois disparos no rosto da vítima.
A mãe da jovem morta disse que ela ainda pensou em denunciá-lo, mas que desistiu após o pedido dele. Maria da Liberdade Araújo contou que a filha estava em processo de separação e que recebia ameaças do ex, que andava armado.
Em depoimento à polícia, a mãe afirmou ainda que acredita que o ex-genro já vinha tramando há alguns dias o crime. Ela disse que eles estavam em processo de separação e que ele não queria que a vítima rompesse o relacionamento com ele.
A mãe da jovem relatou ainda que a filha teve um relacionamento com Gabriel por 7 anos e que teve uma filha com ele, a mais nova, de 4 anos. Segundo ela, dias antes do crime ele ameaçou Luzivânia de morte, foi até o trabalho dela armado depois de receber uma mensagem pelas redes sociais informando que ele estava sendo traído pela mulher.
Jovem foi assassinada dentro de casa pelo ex-companheiro com dois tiros na cabeça na frente das filhas
Reprodução
Se entregou e confessou crime
Na delegacia, Gabriel de Almeida contou que no dia 20 de maio recebeu uma mensagem pelo Facebook dizendo que a vítima estava ‘traindo’ ele com uma pessoa que ia buscá-la no trabalho. Ele afirmou que mandou mensagem para ela e para a cunhada, e que a vítima primeiro negou, mas depois mandou mensagem dizendo que era verdade. Contudo, logo depois voltou a negar.
Ele relatou que no dia 27 de maio, a vítima estava na casa da irmã bebendo e ele em casa cuidando das crianças, que por volta das 20 horas foi para a casa da irmã dela, que lá bebeu um copo de ‘corote’ e que a vítima disse que não ia se separar dele e passou a dizer que ia trair ele.
O acusado contou que após isso, Luzivânia foi para casa acompanhada da irmã e de uma prima e ele foi deixar um primo dela no aeroporto. Depois voltou para casa e encontrou a vítima com as filhas dormindo na cama, que começaram a conversar no quarto sobre o relacionamento e que ela voltou a dizer que ia traí-lo.
Gabriel Lima de Almeida está preso desde o dia do crime
Reprodução
O acusado alegou que ia embora e a vítima falou que ele podia ir, que não queria mais ele e que já tinha mesmo o traído. Falando que ele era corno e que não tinha coragem de fazer nada.
Após isso, o acusado afirmou que levantou da cama, foi ao banheiro, pegou a arma e voltou em direção à cama, acendeu a luz e chamou por ela. Quando a vítima levantou a cabeça e respondeu, ele atirou duas vezes seguidas no rosto dela. Ele disse que as filhas estavam dormindo do lado da mulher e que não tinha intenção de matar as crianças.
O réu afirmou que depois saiu do local e foi direto para o batalhão da polícia para se entregar porque tinha se arrependido de ter atirado contra Luzivânia.
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O homem foi denunciado em julho do ano passado pelos crimes de homicídio qualificado por motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio, além de porte ilegal de arma de fogo. A Justiça aceitou a denúncia no mesmo mês.
Depois de mais de um ano após a morte de Luzivânia, o Gabriel teve a prisão preventiva mantida pela 2ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco e Auditoria Militar. O juiz Alesson Braz considerou que não houve elementos novos no processo que levassem à liberação do acusado.
CANAIS DE AJUDA PARA CASOS DE VIOLÊNCIA
A PM disponibiliza os seguintes números para que a mulher peça ajuda:
(68) 99609-3901
(68) 99611-3224
(68) 99610-4372
(68) 99614-2935
Veja outras formas de denunciar casos de violência contra a mulher:
Polícia Militar – 190: quando a criança está correndo risco imediato;
Samu – 192: para pedidos de socorro urgentes;
Delegacias especializadas no atendimento de crianças ou de mulheres;
Qualquer delegacia de polícia;
Secretaria de Estado da Mulher (Semulher): recebe denúncias de violações de direitos da mulher no Acre. Telefone: (68) 99930-0420. Endereço: Travessa João XXIII, 1137, Village Wilde Maciel.
Disque 100: recebe denúncias de violações de direitos humanos. A denúncia é anônima e pode ser feita por qualquer pessoa;
Profissionais de saúde: médicos, enfermeiros, psicólogos, entre outros, precisam fazer notificação compulsória em casos de suspeita de violência. Essa notificação é encaminhada aos conselhos tutelares e polícia;
WhatsApp do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos: (61) 99656- 5008;
Ministério Público;
Videochamada em Língua Brasileira de Sinais (Libras) (https://atendelibras.mdh.gov.br/acesso)
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