Não creio que Trump vai dar as costas para o Clima, diz governador do Pará à CNN

O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), não crê que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, dará as costas para o clima.

No próximo ano, o estado receberá a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), em Belém.

“As urgências ambientais — elas bateram na porta das pessoas — passam a ser algo que é tangível à vida e impacta a vida dos cidadãos e cidadãs”, disse em entrevista ao CNN 360º (segunda a sexta, às 15h) nesta quinta-feira (7).

“Portanto, não creio que haja qualquer possibilidade, mesmo que se tenha um olhar diferente, mesmo que se tenha uma postura diferente por parte da ideologia do presidente Trump. Mas não é possível virar as costas para esta nova realidade”, completou o governador. 

Em sua campanha eleitoral e no seu discurso da vitória, Trump disse que os Estados Unidos vão explorar totalmente as reservas de petróleo que possuem, chamando o produto de “ouro líquido”. O uso de combustíveis fósseis é a maior causa de emissão dos gases de efeito estufa, que levam ao aquecimento global.

Em seu primeiro mandato, entre 2017 e 2020, Trump retirou os Estados Unidos dos Acordos de Paris — que estipulam medidas de redução da emissão de gases do efeito estufa –, uma decisão que foi revertida pelo atual presidente americano, Joe Biden.

Para Barbalho, seria “um brutal equívoco” a “nação mais importante do planeta” negar a realidade atual do meio ambiente.

“Eu prefiro partir da premissa de que o candidato muitas das vezes ele aponta caminhos que estejam dialogando com a expectativa de parcelas do seu eleitorado. No momento em que se é eleito, passa-se para a vida real”, diz o governador do Pará.

O governo brasileiro teme um esvaziamento da COP 30 com a vitória de Trump. Segundo auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), há grande chance do norte-americano “boicotar” a definição de novas metas climáticas para 2035.

A COP 30, para Barbalho, terá um enorme simbolismo por ser na Amazônia e servirá para discutir as urgências ambientais com um calendário especial, por acontecer dez anos após o Acordo de Paris ser firmado, em 2015.

O simbolismo de ser a COP da floresta, o simbolismo de estarmos na maior biodiversidade tropical do planeta, discutindo as urgências ambientais com um calendário especial, que é olhar o acordo de Paris. E dez anos após Paris, visitar as metas que foram estabelecidas para checar quem cumpriu, o que cumpriu e quais são as novas ambições diante das urgências climáticas


Helder Barbalho

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