Cine Letras e Cine Jandaya exibem filmes paraenses e promovem oficina gratuita na ilha de Cotijuba


As atividades são gratuitas e ocorrem neste sábado, 9, na praia da Flexeira e na sede do Movimento das Mulheres das Ilhas de Belém. Na foto acima, Ramito Pintor, de Breves, no Marajó, abrindo letra na proa da embarcação
Nailana Thiely
A cultura ribeirinha protagoniza a programação do Cine Letras e Cine Jandaya, que realiza exibição de filmes paraenses e oficina de abertura de letras amazônicas neste final de semana, na ilha de Cotijuba, em Belém. As atividades são gratuitas e ocorrem na praia da Flexeira e na sede do Movimento das Mulheres das Ilhas de Belém. O projeto foi contemplado no edital da Lei Paulo Gustavo.
Cinema ribeirinho
Imagina um circuito de cinema na ilha de Cotijuba? Ali, pegando um vento perto do rio. Uma experiência amazônica e que descentraliza as programações culturais da área urbana da capital.
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Essa é a proposta do Cine Jandaya e do Cine Letras, convidam para sessões de cinema para todas idades, no sábado (9), às 19h, na praia da Flexeira, em Cotijuba. A entrada é franca.
Parceiro da programação, o ILQF exibe o documentário “Marajó das Letras”. Como parte do projeto Letras que Flutuam, o documentário é resultado do mapeamento de abridores de letras em Breves, Curralinho, São Sebastião da Boa Vista, Ponta de Pedras, Salvaterra e Soure.
O filme conta histórias de artistas da região, como do Rosemiro, mais conhecido como Miro Graffit, que intercala o trabalho tradicional da pintura com pincel e a técnica mais “moderna” da pistola. Tem ainda a história de Paulinho, antigo mestre reconhecido em Curralinho, que chegou a fazer curso por correspondência nos anos 70. Já o pedagogo Rossini é proprietário de um estaleiro, onde constroi os barcos, e inspirou vários sobrinhos a seguirem a profissão de abridores de letras. José Augusto desenvolve trabalho voluntário ensinando crianças de seu bairro, em Ponta de Pedras. Conhecido como o Rei do Pincel, Messias é referência em Salvaterra, e nas horas vagas toca banjo. Seu Castro é um dos mestres mais antigos de Soure, e é proprietário de um comércio cheio de referências com suas pinturas.
Estas são algumas das histórias que nortearam o documentário, dirigido por Fernanda Martins e coordenado por Sâmia Batista, com direção de fotografia de Marcelo Rodrigues, som por André Mardock e produção de Tainah Fagundes.
Segundo a diretora do documentário, Fernanda Martins, “o maior acesso à informação que as novas tecnologias proporcionam vai impactar a paisagem visual da Amazônia ribeirinha. A questão é como estas linguagens, as tradicionais e as inovadoras, podem coexistir de maneira construtiva. A educação e a valorização da cultura são chaves para essa relação”.
Filme infantil “A criação da noite”
Divulgação
A programação exibe ainda o filme infantil “A criação da noite”. No enredo, a filha da cobra grande se casou com um moço muito bom, que tinha 3 empregados fortes, corajosos e fieis. Um dia, o moço apareceu cansado e com muito sono, mas não podia dormir porque não existia noite. Ele chamou os empregados e pediu para que eles fossem até a cobra grande para buscar a noite. Ela guardava a noite dentro de um caroço de tucumã, entregou o caroço aos empregados e avisou que ele só poderia ser aberto pela filha dela. Mas, no caminho, os empregados não resistiram a curiosidade e abriram o caroço.
O filme tem direção de David Matos e Roger Paes; arte de Roger Paes e Sávio Palheta; e manipulação, confecção e Vozes do grupo IN BUST Teatro com Bonecos, com os artistas Aníbal Pacha, David Matos, Adriana Cruz e Paulo Ricardo Nascimento.
Oficina de abertura de letras ensina a arte ribeirinha às novas gerações
Nailana Thiely
Oficina gratuita
Mestres abridores de letras convidam a juventude ribeirinha de Cotijuba para um encontro neste sábado (9). O ILQF promove oficina de abertura de letras de 9h às 12h, na sede do Movimento das Mulheres das Ilhas de Belém. A programação gratuita é voltada a jovens entre 15 e 29 anos. As inscrições devem ser feitas no local da oficina.
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