Empresas se equilibram entre excesso de burocracia e carga tributária

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Tributação é o segundo eixo que gera mais gastos para as empresas.Divulgação

O sistema regulatório e tributário são alguns dos adversários implacáveis do cenário empresarial do país. O termo “Custo Brasil” que engloba os diversos entraves e desafios enfrentados pelas empresas em território nacional, atingiu recentemente uma marca de R$ 1,7 trilhão, de acordo com o levantamento realizado pelo MBC (Movimento Brasil Competitivo) em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

E entre os fatores destacados, está a tributação – segundo eixo que gera mais gastos para as empresas. Ainda segundo o estudo, para estar em dia com os impostos, as empresas brasileiras gastam até R$ 310 bilhões a mais do que gastariam se estivessem instaladas em outro país da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Para Magnus Brugnara, advogado especialista em direito tributário e sócio diretor do Grupo Brugnara, os gastos tributários têm um valor representativo no montante gasto pelas empresas para viabilizar suas operações. A prova disso é que 95% delas pagam mais impostos do que deveriam. “Por falta de conhecimento e pela complexidade do sistema tributário, com uma diversidade de impostos, contribuições e obrigações acessórias os empresários e profissionais envolvidos têm dificuldades em compreender todas as regras fiscais, o que acaba levando a erros no cálculo dos tributos devidos”, diz.

O advogado ainda enfatiza que cada ente federativo pode ter uma interpretação diferente sobre determinados aspectos fiscais, gerando insegurança jurídica, dificuldades para as empresas que operam em diferentes localidades e condições de concorrência distintas.

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O também advogado e sócio do Grupo A2 Soluções Inteligentes, uma das maiores empresas no nicho de serviços especializados no segmento burocrático, Gabriel Loschiavo, concorda: “Com mais de 300 órgãos regulatórios no âmbito federal e centenas deles no âmbito estadual e municipal, o cenário se torna complexo e desafiador, o que pode vir a consumir uma parte significativa dos recursos financeiros de uma empresa”, diz e complementa “A situação é ainda mais desafiadora quando pensamos na falta de um atendimento digital eficiente e na carência de união entre os serviços governamentais providos ao usuário e ao contribuinte.

Para ele, os processos ultrapassados e a falta de modernização prejudicam a eficiência e a agilidade, deixando o empresário brasileiro refém de um emaranhado de burocracias que impactam negativamente a produtividade e a competitividade” – pontua.  

Loschiavo ainda explica que a implementação de tecnologias mais modernas pode otimizar os processos, assegurar maior transparência e facilitar a interação entre empresas e órgãos regulatórios. “Ou seja, ao conciliar o conhecimento especializado, tecnologia eficaz e colaboração positiva dos órgãos, será possível reduzir os impactos da burocracia regulatória e promover um ambiente mais promissor para as empresas brasileiras e para o fomento do investidor estrangeiro”, conclui.

Com isso, as grandes lacunas de investimento e crescimento das empresas poderá ser mitigado. “Por meio da unificação tecnológica dos setores, transparência fiscal e menos burocracia, acredita-se que teremos um país mais próspero e mais ágil” – finaliza Loschiavo.

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